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Enviada em: 22/08/2018

Equalização no consumo      Em uma de suas vertentes, o Iluminismo — movimento revolucionário do século XVIII — previa a garantia do bem estar social dos cidadãos face ao cenário de desenvolvimento econômico vigente. Entretanto, frente às políticas atuais, que visam sobretudo ao lucro, como a participação de agrotóxicos na construção alimentar, tornam-se incertas as premissas propostas no século das luzes. Urge, portanto, analisar a problemática em consonância aos agentes sociais envolvidos.       Sob esse viés, é consistente frisar que a prática de inserção de insumos químicos para o desenvolvimento dos alimentos no setor primário traduz a ideologia econômica que sobrepõe aos impactos que podem acarretar. Prova disso, são os índices de expostos pela Organização Mundial da Saúde aos quais afirmam a crescente variável no que se refere às doenças metabólicas e intoxicação a curto prazo. Ademais, tais dados comprovam que, de maneira invisível, os defensivos químicos são consumidos em grande escala e há uma considerável falta de consciência acerca do assunto.     Outrossim, além de prejuízos à saúde, a implementação dos defensivos agrícolas favorece um cenário de desigualdade social no campo, visto que a presença de pesticidas relaciona-se com a influência de grandes empresas e dificultam o crescimento da agricultura orgânica. Assim, a prática intensiva acarreta em consequências irreversíveis aos camponeses, que não resistem à competição de produção e perdem suas propriedades. Tais fatos supracitados podem ser evidenciados pelo conceito de  Modernidade Líquida do sociólogo polonês Zygmunt Bauman, ao qual expõe a alarmante dimensão do individualismo em práticas econômicas na pós modernidade.       Em síntese, indubitavelmente, medidas são necessárias para resolver esse problema a fim de, principalmente, atenuar os malefícios à saúde e o conflito no campo. Assim, o Governo Federal deve criar uma lei que determine a diminuição na produção de não-orgânicos e favoreça a participação da agricultura familiar. Ainda assim, cabe às grandes empresas ampliar a conscientização de uso dos agrotóxicos através da maior visibilidade nos rótulos Logo, tornaria-se mais evidente a decrescente taxa de complicações metabólicas, reduziria os atritos no campo e daria êxito a uma perspectiva iluminista.