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Enviada em: 26/08/2018

O caráter preto (mortífero) da Revolução Verde  Um gráfico é capaz de simbolizar a preocupação que envolve os países durante o final do século XX: o crescimento da população se dá de forma exponencial, enquanto o crescimento da produção agrícola se dá de forma aritmética, o que, tecnicamente, resultaria em fome. Como solução a esse problema, é proposta a Revolução Verde, que visa aumentar a produção do campo a partir da aplicação de altas tecnologias, como fertilizantes e os chamados agrotóxicos.  Sendo apenas uma das críticas que permeiam essa Revolução, o uso de insumos agrícolas veio a se mostrar prejudicial ao meio ambiente e a saúde humana. Apesar do objetivo positivo de aumentar a produtividade e tornar os produtos fisicamente mais "atraentes" ao consumidor, o agrotóxico é, hoje, o terceiro maior causador de intoxicação nos homens, e há indícios do seu papel no desenvolvimento do câncer. Além, claro, de afetarem a relação natural entre os alimentos e as pragas agrícolas, e de causarem a contaminação da água e do solo, prejudicando o meio ambiente.  O caso é agravado quando, muitas vezes, o consumidor desses produtos não é consciente de sua nocividade, devido a falta de rigidez da legislação brasileira em relação ao indicativo do uso dos agrotóxicos. A legislação também apresenta falhas na fiscalização da quantidade de resíduos de pesticidas nos alimentos, que muitas vezes ultrapassa o permitido. Tais problemas tem origem na alta expressividade dos grandes latifundiários na formação das leis, resultados de uma herança colonial e da própria Revolução Verde citada anteriormente. O poder desses grandes produtores também representa o caráter da produção nacional, que é preocupada com a exportação em massa, e não com a saúde do consumidor. Como consequência da grande expressão da exportação desses commodities na economia nacional, há um impasse no fortalecimento da legislação que restringe o uso de agrotóxicos. Mas é inevitável que, para que o Brasil perca o vergonhoso posto de nação que mais utiliza desses venenos, as leis impunham maior fiscalização e alertas mais expressivos da presença de agrotóxicos em um produto.  Para destacar a necessidade de aumentar a rigidez das leis, medidas alternativas ao uso de agrotóxico já existem. Graças às novas tenologias, estudos específicos para cada região, que envolvem o monitoramento ambiental e o acompanhamento da produção, permitem um uso mais controlado e menos nocivo à saúde e ao ambiente dos vermicidas e pesticidas, mantendo a produtividade. Com a aplicação dessas novas técnicas, seria possível que, diferentemente do que ocorreu na Revolução Verde, a tecnologia e a produção agrícola possam caminhar juntas trazendo benefícios.