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Enviada em: 02/09/2018

Desde o surgimento do capitalismo moderno, esse sendo um conceito analítico em Weber e não um fenômeno historicamente datado, que a produção agrícola passa por processos de modernização e aperfeiçoamento. Porém, mesmo com o avanço da civilização, a população brasileira hodierna, como em uma narrativa Kafkiana, assiste perplexa ao crescente uso de agrotóxicos e seus impactos para a saúde e o meio ambiente. Isso ocorre em virtude de uma ineficiência educacional em consonância com a deficiência coercitiva do Estado.  Com efeito, a mediocridade do ensino acerca dos efeitos nocivos causados pelos defensivos agrícolas faz que haja o uso em grande escala dessa substância química no dia-a-dia. É possível constatar esse fato ao notar que, apesar do MEC conter entre os temas transversais a saúde e o meio ambiente, questões sobre os agrotóxicos são pouco discutidas, o que colabora para o consumo despreocupado de produtos que oferecem grande perigo. Nesse sentido, como analisa o filósofo Foucault, o ensino apresenta-se de maneira mecanicista em vez de social.  Outrossim, apesar da Constituição Federal de 1988 ter gerado grandes avanços sociais, a mansuetude das leis e das suas aplicações favorece o uso descontrolado de agrotóxicos. Ademais, a pouca fiscalização e capacitação dos profissionais que atuam na aplicação desse produto agravam o problema. Para Karl Marx, as condições materiais de uma estrutura social condicionam as relações entre os seus componentes. Dessa forma, o arcabouço de leis vigentes deve nortear os atores sociais para o convívio harmônico.  Associando, portanto, a ineficiência educacional e a deficiência coercitiva do Estado, tem-se o problema do uso de agrotóxicos no Brasil. Para que isso seja resolvido, torna-se imperativo que o Governo, por meio do MEC, introduza nas aulas, conteúdos sobre os impactos dos defensivos agrícolas, bem como incentivem o consumo de alimentos orgânicos, através da implantação de hortas orgânicas, feitas pelos próprios alunos, e da realização de palestras sobre o tema. Além disso, o Estado, por meio do seu poder bicameral, deve criar um lei que determine a substituição de agrotóxicos químicos por defensivos naturais e forme equipes de fiscalização que visitem as bases de produção corriqueiramente, com o fito de extinguir o uso dessa prejudicial substância.