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Enviada em: 04/09/2018

É notória a importância da utilização de defensivos agrícolas atualmente. Entretanto, discussões referentes aos riscos associados ao seu uso colocam em xeque a sua aparente idoneidade. O Brasil, sendo o terceiro maior consumidor dos defensivos e um dos dez países mais populosos no mundo, tem um desafio de conciliar o uso seguro dessas substâncias e a produção agrícola.      Desde a Antiguidade, a sobrevivência e o crescimento populacional alicerçaram-se na agricultura. Esta, aprimorada e ampliada, manteve sua importância até os dias atuais. O progresso e o aumento na produção agrícola se deve, em grande parte, ao uso de substâncias químicas nas plantações, os agrotóxicos. Porém, esses defensivos agrícolas representam um perigo invisível à população. De acordo com o Ministério da Saúde, entre 1999 e 2012, o Brasil teve mais de cem mil casos de intoxicações causadas por agrotóxicos. Tais dados evidenciam o grave risco da utilização indiscriminada desses produtos químicos.      Nesse contexto, os agrotóxicos, ao serem utilizados incorretamente, trazem mais prejuízos que benefícios aos consumidores. Conforme um estudo realizado pela Universidade de Campinas, 1,5 milhões de trabalhadores rurais estão intoxicados no campo. Esse número tende a crescer à medida que a legislação brasileira facilita e autoriza o uso excessivo dos defensivos agrícolas.      Dessa forma, medidas visando ao bem estar da população são necessárias. Cabe ao Ministério da Agricultura e a Anvisa garantirem que as normas de fiscalização do uso dos agrotóxicos sejam cumpridas, a fim de garantir a qualidade de vida dos trabalhadores rurais e, consequentemente, da população consumidora. Cabe, também, ao Governo Federal, a criação de subsídios para os produtores de hortifrutigranjeiros orgânicos, permitindo que seus produtos atinjam um número maior de consumidores. Assim, será possível conciliar o uso de agrotóxicos e a produtividade segura.