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Enviada em: 27/09/2018

Segundo dados da OMS, o Brasil é o pais onde mais utiliza-se agrotóxicos na produção agrícola. De fato, é perceptível, na sociedade hodierna, que apesar de todas as vantagens trazidas pelos defensivos agrícolas, seu uso deve ser extremamente controlado, seja para garantir os benefícios à população, seja para evitar o manejo inadequado dessa tecnologia que pode causar impactos ambientais, financeiros ou sociais.        É notório salientar que, a partir da segunda metade do século XX, a Revolução Verde proporcionou alterações na estrutura produtiva do campo que são refletidas no setor alimentício. De fato, a explosão do uso de agrotóxicos representou uma alternativa favorável para intensificar a produtividade nas lavouras e, assim, ampliar o lucro do produtor rural. Com isso, a teoria demográfica proferida por Thomas Malthus, no século XVIII, a qual afirmava que o ritmo de crescimento populacional iria esgotar a disponibilidade de alimentos, foi refutada. Por conseguinte, o aumento exponencial da produção agrícola, devido ao incremento dos defensivos agrícolas, foi capaz de suportar a demanda populacional, embora ainda haver o problema da fome, relacionada com a distribuição desigual de alimentos.        Por outro lado, a fiscalização ineficaz e a busca incessante pelo lucro no setor agrícola fez com que houvesse o uso excessivo de agrotóxicos no país. Sob tal perspectiva, esse panorama traz riscos efetivos à saúde humana, como a intoxicação intestinal dos consumidores e, enfaticamente, o câncer em produtores rurais que se submetem ao contato com essas substâncias tóxicas. Como efeito, é válido ressaltar que o uso inapropriado de defensivos agrícolas podem causar impactos ambientais irreversíveis, a exemplo da contaminação do solo e dos lençóis freáticos, o que interfere na redução da biodiversidade e a poluição da água potável que torna-se imprópria ao consumo da população local.        Infere-se, em síntese, que é necessária a adoção de medidas que contemplem a sistematização do uso de agrotóxicos e a informatização quanto seu manejo. Portanto, cabe a Anvisa, órgão responsável pela regulamentação de serviços e produtos no país, a imposição de regras mais rígidas para o uso de agrotóxicos, de modo a ampliar centros de fiscalização no território nacional e aumentar o valor das multas, com intuito de se obter maior controle sob o uso desses elementos químicos e garantir melhores condições sanitárias aos brasileiros. Além disso, cabe ao Ministério da Saúde propagar campanhas que informem a população sobre os malefícios do consumo de alimentos contaminados e as vantagens de se ingerir produtos provenientes da agricultura orgânica. Só assim, poder-se-á garantir um Brasil adepto à legislação alimentar e a excelência de qualidade de vida.