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Enviada em: 13/08/2019

Segundo o pensamento do filósofo Arthur Schopenhauer, àquele que é cruel com os animais não pode ser uma boa pessoa. Ao partir dessa premissa e realizar uma análise sobre o ainda extenso uso de pets em pesquisas e testes científicos no Brasil, percebe-se o quão má é a sociedade brasileira pode ser. E, dentre os maiores impasses para reverter esse quadro, cabe citar o pouco investimento em mecanismos alternativos de produção científica, além da pouca fiscalização das instituições que praticam tal método.       Em primeira análise, vale ressaltar que, apesar dos existentes investimentos em métodos alternativos de pesquisas, esses ainda são mínimos no Brasil. Consequentemente, muitos animais ainda são sacrificados para a produção de cosméticos, vacinas e outros diversos produtos para consumo da população, talvez desnecessariamente. Além disso, mesmo que procedimentos sejam modernizados, como é o caso dos testes em tecidos humanos criados em laboratório, a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) ainda exige que haja uma experimentação pré-clínica, feita em bichos. Assim, fica visível que o baixo estímulo à produção científica nacional corrobora com a permanência desse modelo arcáico.       Concomitantemente, também há pouca preocupação com relação à fiscalização de centros de pesquisa que utilizem animais. Por esse motivo, medida éticas estipuladas pelo Conselho Nacional de Controle de Experimentação Animal (Concea), que entre outros, visa reduzir o sofrimento dos bichos, nem sempre são cumpridas. Além disso, nessas instituições existe um comitê que avalia e analisa cada experimento, entretanto como nenhum dos membros possui o poder de veto, este grupo é praticamente irrelevante. Torna-se nítido, então, o estado de estagnação em que o Brasil se encontra quanto a promoção de melhorias na qualidade de vida dos animais, ainda, extremamente importantes para o progresso de alguns ramos da ciência nacional.       Desse modo, avulta-se a necessidade por mudanças no âmbito nacional. Compete ao Estado o papel de estimular instituições privadas para que estas busquem meios alternativos eficazes para a substituição majoritária ou completa dos animais nos laboratórios, oferecendo para isso benefícios e reduções de impostos àqueles que se empenharem e mostrarem resultados positivos constantemente. Ademais, cabe ao Concea a função de reformular o comitê que analisa os experimentos para que esse se torne mais eficaz, dando aos membros o poder de veto, e evite a permanência da realização experimentos pífios e cruéis. Tomadas tais medidas, mostraríamos à Schopenhauer o quão bom os brasileiros podem ser.