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Enviada em: 13/08/2019

Tema: CAMPANHAS DE VACINAÇÃO EM PAUTA NO BRASIL                                                                 Apenas teoria     Em 1789, o Iluminismo consolidou a Declaração dos Direitos do Homem e do Cidadão, de modo a assegurar à sociedade civil o acesso irrestrito aos programas de saúde. No entanto, o moderno cenário brasileiro, pautado pela fragilização de campanhas de vacinação, expõe a omissão de autoridades e indivíduos frente às premissas do século das luzes. Com efeito, o combate à problemática pressupõe a intervenção de agentes sociais.      Em primeiro plano, o crescimento da ideologia contrária à vacinação é fruto de fatos históricos nacionais. A esse respeito, destaca-se a revolta popular ocorrida no início do século XX brasileiro, cujos indivíduos, desinformados, repudiaram a imunização obrigatória imposta pelo sanitarista Oswaldo Cruz. Ocorre que a passividade dos indivíduos ainda repercute na atualidade, visto que muitos cidadãos, omissos da segurança proposta pela vacinação, opõem-se a tal procedimento. Nesse viés, não é razoável que, mesmo sendo nação pós-moderna, ainda se mantenham na contemporaneidade a aversão à vacinação.      De outra parte, é considerável afirmar que grande parte da exclusão de cidadãos à vacinação deve-se à ineficácia de políticas públicas. Acerca disso, o sociólogo Zygmunt Bauman desenvolveu a tese de ‘’Instituição Zumbi’’, segundo o qual o Estado perdeu sua função social, mas manteve – a qualquer custo – a sua forma. Nesse viés, o poder público brasileiro se enquadra nesse pensamento, na medida em que, mesmo posto na Carta Magna do país o direito pleno à saúde, as atuais políticas não asseguram a todos os brasileiros o acesso a esse aparato.     Impende, pois, a adoção de medidas que contemplem a vacinação com a devida importância. Para tanto, compete ao Ministério Público, junto à função apelativa da mídia, propor campanhas pró-imunização, durante os horários de maior audiência, de modo a expor os benefícios propostos pela vacinação, a fim de orientar indivíduos ao ato. Ademais, cabe aos cidadãos veicular conteúdos nas mídias sociais, com veemência, por intermédio de grupos de apoio às campanhas vacinais, realizadas gratuitamente pelo SUS, com o fito de que o controle de doenças virais seja incentivado e, com isso, as premissas iluministas deixem de ser apenas teoria.