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Enviada em: 23/04/2018

Desde o iluminismo,entende-se que uma sociedade só progride quando um se mobiliza com o problema do outro.No entanto,quando se observa a falta de solidariedade na doação de sangue no Brasil,hodiernamente, verifica-se que esse ideal iluminista é constatado na teoria e não desejavelmente na prática e a problemática insiste intrinsecamente ligada à realidade do país. Se por um lado,a doação de sangue é prejudicada pela restrição a grande parte do público LGBT (Lésbicas,Gays,Bissexuais,Travestis,Transexuais e Transgêneros) , por outro,a falta de democratização da informação também é um limitador para a doação de sangue. Com efeito,evidencia-se a necessidade de promover melhorias no sistema político e educacional do país.     Em primeiro lugar,é indubitável que a questão constitucional e sua aplicação estejam entre as causas do problema.Segundo o filósofo grego Aristóteles “a política deve ser utilizada que de modo que,por meio da justiça, o equilíbrio seja alcançado na sociedade”.De maneira análoga, é possível perceber que,no Brasil, a proibição de doadores homens,que fizeram sexo com outros homens nos últimos doze meses,rompe essa harmonia.Um exemplo de argumento de alguns ativistas LBGT´s ,que julgam a  decisão como discriminatória,é que os heterossexuais também podem fazer sexo anal e transmitirem DST´s,além disso,segundo a sociedade médica, dificilmente o vírus ficará indetectável por 12 meses.     Contudo, diante de tantos impasses frente ao problema do tema, ainda há outro contexto para o agravamento do mesmo.Sem dúvidas,  a falta de informação é um entrave para o aumento de doadores de sangue.Nelson Mandela diz que "a edução é a arma mais poderosa para mudar o mundo".Nesse sentido, a melhor maneira de se fazer com que um adulto doe sangue,é captá-lo desde criança,através da educação social.Tal deficiência nessa conscientização é exposta,quando se vê que apenas 1,8 por cento dos brasileiros doam sangue,quando,segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS),o ideal de doadores seria de três a cinco por cento.     Infere-se, portanto, que atitudes como a descriminação e a omissão de informações sobre doação de sangue são atitudes inaceitáveis e como tal devem ser sanadas.Cabem aos hospitais,com o apoio da OMS,aumentarem o número de doadores homossexuais,através de medidas seguras e inclusivas,como a diminuição do prazo de 12 meses sem coito de um homem com outro .Como já foi dito por Paulo Freire, “a educação muda as pessoas e essas mudam o mundo”.Logo,as escolas,por meio do Ministério da Educação (MEC),devem instituir palestras ministradas por psicólogos e professores que discutam sobre a importância da doação de sangue, a fim de que o tecido social se desprenda de certos tabus para que não viva a realidade das sombras,assim como na alegoria da caverna de Platão.