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Enviada em: 27/04/2018

Por muitos anos, vigorou a doação de sangue remunerada no Brasil. Na década de 80, porém, essa prática foi abolida visto que muitos indivíduos doavam mais que o permitido para um determinado período e ocultavam dados epidemiológicos importantes, de forma a colocar a própria vida e a dos pacientes em risco. A partir desse período, portanto, houve considerável diminuição dos doadores, e fatores como a falta de informação e a restrição relativa aos homossexuais são obstáculos para que esse número aumente.         Em primeiro lugar, é preciso reconhecer a existência de vários mitos a respeito da doação de sangue. A possibilidade de contrair doenças durante a retirada do sangue, por exemplo, é um deles e impede que o indivíduo exerça a solidariedade. No entanto, é necessário ressaltar que o processo de doação é bastante seguro e conta com triagem clínica, para verificar a qualidade do sangue, e com a utilização de materiais descartáveis, para impedir uma possível contaminação. À vista disso, para alcançar o aumento do número de doadores, a conscientização da população acerca do processo é extremamente importante.        Além disso, os homossexuais ainda são tratados como grupo de risco para doação de sangue pela Organização Mundial da Saúde (OMS). Isso porque, na década de 80, houve uma epidemia mundial de AIDS que atingiu, em grande parte, os gays, e os resquícios do preconceito ainda são fortes na sociedade. No Brasil, por exemplo, esse grupo só pode doar sangue se tiverem ficado um ano sem relações sexuais homoafetivas. No entanto, essas regras são discriminatórias e a orientação sexual não deve ser utilizada como critério para seleção de doares, e sim a qualidade do sangue, até porque heterossexuais também podem possuir doenças sexualmente transmissíveis.        Fica claro, portanto, que o problema em voga é bastante amplo e deve ser resolvido. O Ministério da Saúde, aliado aos meios de comunicação de massa, pode criar comerciais educativos sobre a doação sanguínea que esclareça o processo e desminta as informações falsas que circulam a respeito desse ato, a fim de que a população possa ser incentivada a doar. Além disso, para dirimir as dificuldades encontradas pelos homossexuais na doação, a OMS deve alterar as regras da doação para que esse grupo também possa salvar vidas.