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Enviada em: 08/05/2018

''O egoismo unifica os insignificantes" A frase da jornalista Martha Medeiros pode ser facilmente aplicada ao contexto da ascensão da prática da pouca participação dos brasileiros na doação de sangue, uma vez que, o ser humano é composto de diversos sentimentos, tanto os bons quanto os maus, sendo que o mais presente dele é o Egoísmo. Ele é o gerador principal de conflitos inúmeros que não trazem problemas somente para a pessoa em si, mas sim, a toda sociedade. É notável que esse quadro é fruto inegável de um profundo ponto de vista histórico, é necessário lembrar que até a década de 80, o Brasil remunerava doadores, prática que se tornou proibida pela Constituição de 1988, o que, levou a sociedade a não se envolver com a necessidade de realizar doações para garantir o tratamento de quem precisa. Assim, entre os fatores que contribuem essa realidade está imposta em uma herança cultural deficiente e a deficiência estrutural para receber as doações.     É  importante ressaltar, que a proibição na década de 80, foi associada pelo surgimento da Aids, que transformou radicalmente o panorama da hemoterapia brasileira: o elevado número de casos de contaminação pelo HIV por meio de transfusão provoca o clamor da opinião pública, culminando na proibição definitiva da doação remunerada. Como consequência clara desse processo, percebe se que  a herança cultural reflete negativamente nos dias de hoje, ocasionando, a falta de compromisso com a sociedade e a criação de receios como por exemplo, pessoas que acreditam que se doarem uma vez, vão ter de doar sempre. Outras acham que doar sangue engorda. Existem ainda aquelas que temem contrair alguma doença infecciosa durante a coleta. É preciso desfazer esses mitos e informar a população sobre os benefícios da doação.    Além disso, é evidente a deficiência estrutural, como por exemplo, muitos hospitais do Nordeste não tem as chamadas "agências transfusionais", espécie de filial dos hemocentros dentro dos centros médicos. Cabe a elas gerenciar o estoque das bolsas de sangue e fornecer assessoria técnica. Sem esses centros a possibilidade de armazenamento do sangue se torna efetivamente difícil. Isso ocasiona uma infeliz realidade, pois os poucos doadores, que se habilitam a doarem acabam perdendo a fé, a pratica realizada. Ocorrendo o descarte do sangue por falta de armazenamento.     Diante do exposto, é importante ressaltar que nesses quase 30 anos, tem se visto mudanças, mas ainda há muito que caminhar, é necessário defender campanhas de incentivo à doação sejam feitas desde os primeiros anos de vida. E que o assunto seja discutido nas escolas para reverter o atual cenário. O Brasil não se prepara para captar o doador desde criança. Sem essa política, não se constrói o doador do futuro. É preciso formar doadores com responsabilidade social real.