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Enviada em: 18/06/2018

Na mitologia grega, Sísifo foi condenado por Zeus a rolar uma enorme pedra morro acima eternamente. Todos os dias, Sísifo atingia o topo do rochedo, contudo era vencido pela exaustão, assim a pedra retornava à base. Hodiernamente, esse mito assemelha-se à luta cotidiana dos hemocentros brasileiros, os quais buscam ultrapassar as barreiras para aumentar o número de brasileiros que vão regularmente aos bancos de sangue. Nesse contexto, não há dúvidas de que a doação de sangue é um  desafio no Brasil, que ocorre, infelizmente, devido não só a negligência governamental, mas também à postura indolente da sociedade.   A  Constituição cidadã de 1988 garante saúde de qualidade como direito de todos e dever do Estado, sendo o compromisso deste prover o acesso igualitário e universal às ações e serviços para sua promoção e proteção, todavia o Poder Executivo não efetiva esse direito. Consoante Aristóteles no livro "Ética a Nicômaco", a política serve para garantir a felicidade dos cidadãos, logo verifica-se que esse conceito encontra-se deturpado no Brasil à medida que a oferta não apenas de campanhas publicitárias adequadas -que informem sobre o baixíssimo risco a saúde que a doação de sangue pode proporcionar-, como também da ampliação do  número de hemocentros fazendo-os estarem presentes inclusive, em cidades do interior  não estão presentes em todo o território nacional, fazendo os direitos permanecerem no papel.   Outro ponto relevante, nessa temática, é o conceito de Modernidade Líquida de Zygmunt Bauman, que explica a queda das atitudes éticas pela fluidez dos valores, a fim de atender aos interesses pessoais, aumentando o individualismo. Desse modo, o sujeito, ao estar imerso nesse panorama líquido, acaba por perpetuar regras discriminatórias e a utilização de critérios preconceituosos, a orientação sexual, como opção de escolha, o que acaba por tornar as campanhas para a doação de sangue pouco efetivas. Em vista disso, os obstáculos para a doação de sangue estão presentes na estruturação desigual e opressora da coletividade, bem como em seu viés individualista.  hábitos coletivos. A fim de que essa situação seja revertida, o Ministério da Saúde deve intensificar pale exposição de dados informativos sobre as campanhas de sangue, seja na televisão e internet, seja em áreas físicas, como outdoors,  Como já dito pelo pedagogo Paulo Freire, a educação transforma as pessoas, essas mudam o mundo. Logo, cabe ao Ministério da Educação (MEC), deve instituir, nas escolas e nas comunidades, palestras incluindo a participação discente, docente e familiar, mostrando a necessidade da desconstrução, por meio de uma educação crítica, dos estereótipos que prejudicam a harmonia social.