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Enviada em: 14/06/2018

Aristóteles, filósofo da antiguidade clássica, define uma ação moralmente boa como aquela traduzida por meio de um ato voluntário, decorrente da escolha deliberada tendo o bem como intenção. Notam-se, contudo, certos impedimentos na promoção e manutenção de uma disposição virtuosa nos cidadãos em relação à doação de sangue no Brasil. Nesse sentido, convém discutirmos as causas dessa problemática.        Em primeira análise, a desinformação e os mitos quanto ao ato de doar prejudicam, consideravelmente, o abastecimento dos hemocentros brasileiros. A respeito disso, a Associação Brasileira de Hematologia e Hemoterapia desmistificou em seu site as falácias mais comuns no ideário popular, a saber: influência do peso na doação; possibilidade de infecções no procedimento; dentre outros. Ressalta-se, ainda, a importância de se direcionar a procura por informações a veículos confiáveis como de órgãos públicos e hospitais para que as pessoas tenham bons parâmetros ao decidir pelo voluntariado.         Outrossim, a deficiência estrutural do sistema de saúde também dificulta a ineficiência plena das políticas já existentes. Nessa conjectura, Yêda Maia de Albuquerque, da Fundação Hemope, fala na importância de se minimizar a perda do sangue doado por conta de falhas de comunicação entre hospitais e hemonúcleos, além da inconsistência técnica no país. Com efeito, mesmo alcançando um maior número de doadores, tal esforço pode ser comprometido pela falta de investimentos em uma estrutura funcional de captação e distribuição de sangue.         Evidenciam-se, portanto, significativos obstáculos para estimular ações solidárias na doação de sangue, bem como administrar os processos envolvidos dessa no Brasil. Para superá-los, o Ministério da Educação deve, por meio de materiais didáticos, realizar um esforço educacional em escolas com a ajuda de profissionais da saúde afim de incentivar, desde a infância, o desejo por ser um doador. Ao Ministério da Saúde, por sua vez, incumbe-se aumentar a oferta de unidades móveis, via recursos governamentais, para ampliar o alcance a possíveis voluntários. Espera-se, com isso, aproximar os brasileiros da virtude aristotélica baseada no bem comum.