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Enviada em: 21/06/2018

Madre Teresa de Calcutá disse uma vez que, o dever era uma coisa pessoal e decorria da necessidade de se entrar em ação. No entanto, nos dias de hoje, inúmeras pessoas, defendem que exercer a cidadania é apenas votar, ser votado, ter direitos políticos. Porém, ser cidadão vai além do voto, abrangendo também o ato voluntário de doar sangue. Assim, nota-se que aspectos macrossociais confluem para essa problemática no país.       De acordo com o artista renascentista italiano Leonardo da Vinci, ''Todo nosso conhecimento se inicia com sentimentos''. Nessa acepção, a ausência de solidariedade amplia o desconhecimento da relevância de doar sangue. Em virtude disso, a quantidade de doadores é menor que a procura, visto que, as campanhas de doação de sangue são muito limitadas e, por conseguinte, sem essa divulgação à sociedade, o número de doações diminui e o estoque fica em baixa. Durante os feriados prolongados e as férias escolares, a necessidade de transfusões crescem, devido ao aumento de acidentes de transito. Logo, as campanhas que buscam ampliar o estoque de sangue ainda são exíguas nas mídias.      Conforme portarias do Ministério da Saúde, homens que tiveram relações sexuais com outros homens são inaptos por 12 meses à doarem sangue. Ainda nos anos 80, ocorreu uma epidemia do vírus HIV em jovens homossexuais americanos que morriam logo após internarem-se. Em virtude disso, estigmatizaram equivocadamente esse indivíduos como grupos de risco. No entanto, a orientação sexual não pode ser parâmetro de escolha, uma vez que, de acordo com dados da Revista Super Interessante de 2015, de 4329 homens que contraíram o vírus HIV, 4,4% ocorreu por transfusão, 49,9% por relações heterossexuais e 45,7% por relações homossexuais. Desse modo, inserir essa categoria de orientação sexual em grupo de risco de maneira indiscriminada fere uma dos princípios de nosso Estado Democrático de Direito, a dignidade da pessoa humana.    Precisa-se, nesse caso, remover os empecilhos que afetam a doação de sangue. Portanto, é necessário que o Governo Federal altere a portaria que impede os homossexuais de doarem sangue e adquira equipamentos avançados para os hemocentros, para verificar a qualidade do sangue a fim de avaliar se o doador é portador de alguma doença, com o intuito de aumentar os voluntários e beneficiar quem carece de doações. De resto, o Ministério da Saúde deve promover a campanha Doe Sangue Regularmente na televisão, no rádio, na internet e em redes sociais durante o ano todo, com o propósito de mostrar o processo de doação e humanizar a população sobre a necessidade de doar sangue para salvar vidas e, seguir a máxima da Madre Teresa de Calcutá, de não esperar por grandes líderes, fazer você mesmo, pessoa a pessoa.