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Enviada em: 25/06/2018

No início do século XX, o biólogo austríaco Karl Landsteiner descobriu diferenças entre os tipos sanguíneos, gerando o famoso sistema ABO e fator RH. A descoberta diminuiu o número de óbitos provindos de transfusões errôneas. Contudo, o avanço ainda não foi suficiente para manter os estoques dos hemocentros totalmente abastecidos. Diante disso, convém analisar os obstáculos inerentes a doação de sangue no Brasil.    Primordialmente, cabe ressaltar que as normas e proibições impedem uma maior captação de sangue. No Brasil, desde novembro de 2013, a faixa etária de doação é de 16 a 69 anos e, um veto polêmico, impede homens que tiveram relacionamento sexual com outro homem nos últimos 12 meses possa doar sangue. A população LGBT é uma parcela considerável da sociedade; impedir que possam doar sangue, ao invés de solicitar exames para atestar ou não doenças, além de impossibilitar o aumento os estoques de hemocentros, é uma forma de preconceito.    Outrossim, a deficiência estrutural contribui para que uma parcela das bolsas sanguíneas não sejam aproveitadas. Uma reportagem vinculada ao jornal BBC destacou que não basta elevar o número de doações, é preciso aumentar a eficiência. Inúmeros são os hospitais que não contam com agências transfusionais, o que inviabiliza a utilização de litros de sangue, e até mesmo armazenamento de estoque não utilizado, algo inaceitável diante de um bem que salva vidas.    Portanto, indubitavelmente, medidas são necessárias para reverter essa problemática. O Ministério da Saúde, deste modo, deve unir-se-ás organizações sociais (OS) na captação de capital privado e público, advindos de impostos. A verba obtida deve ser investida na criação de agências transfusionais móveis (que se desloquem pela cidade em busca de doadores) e fixas (que aproveitem e estoques não utilizados, armazenando-os corretamente). Espera-se com isso, aumentar o número de coletas e diminuir a quantidade de sangue descartada devido a ineficiencia de armazenamento.