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Enviada em: 29/06/2018

A doação de sangue é um ato essencial para o bom funcionamento de um sistema de saúde e deve ser realizada de forma voluntária a fim de garantir a periodicidade desse ato. Visto que o Brasil é proporcionalmente o país com menor número de doações da América Latina e simultaneamente o mais populoso, infere-se que obstáculos como a herança cultural e a falta de conscientização da sociedade brasileira acerca da doação de sangue devem ser combatidos.    Primeiramente, deve-se considerar que o Brasil, ao contrário de muitos países, não se envolveu em grandes guerras ou passou por grandes catástrofes naturais que fomentassem a cultura da importância a qual a doação sanguínea possui. Além disso, o fim da doação de sangue remunerada  no país ocorreu nos anos 80, ou seja, há não muito tempo atrás, histórico que reflete atualmente em 1,8% da população brasileira doadora, enquanto a meta da OMS (Organização Mundial da Saúde) é de 3%. Por conseguinte, o cidadão brasileiro ainda precisa reconhecer a responsabilidade social que possui na vida do outro que se encontra em um quadro de necessidade de transfusão sanguínea.    Nesse sentido, a teoria de Lévinas sobre a alteridade se aplica à falta de doadores voluntários ao afirmar que na medida em que a sociedade continuar considerando o individualismo como algo prioritário o ser humano não olhará para o outro com sensibilidade e com consciência de sua responsabilidade sobre o próximo. Em síntese, os brasileiros ainda não vivem sob a ética da alteridade, de maneira que na concepção do filósofo, a educação possui papel preponderante para transformar tal situação, pois é por meio dela que as pessoas se relacionam com a realidade e com o mundo.    Seguidamente, não se pode negar que a falta de conscientização é um empecilho na doação de sangue no Brasil. Visto que boa parte da população ainda possui dúvidas sobre quem pode doar, os locais de coleta, horários de funcionamento e as recomendações, a educação ainda se apresenta como caminho para a consolidação dessas informações. Com o objetivo de formar futuros doadores, as escolas poderiam abordar o assunto aos alunos, de forma a incutir nesses a importância e a responsabilidade social que possuem como cidadãos desde pequenos.     Posto que os obstáculos para a doação de sangue no Brasil se encontram em seu histórico, na falta de informação da população e considerando que a educação é o melhor caminho para mudança, a inclusão do assunto nas escolas por meio de programações promovidas pelos Ministérios da Saúde e Educação que contem com palestras de pessoas beneficiadas pelas doações, peças que abordem o tema e cartilhas informativas poderão influenciar as crianças a serem futuros doadores de sangue além de mobilizar indiretamente suas famílias, assim como toda a comunidade.