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Enviada em: 03/07/2018

Brasil, o país da solidariedade?           De acordo com o OMS, os números de doadores de sangue no Brasil são satisfatórios. Entretanto, o Ministério da Saúde julga esse índice baixo, considerando o contingente populacional. Nesse contexto, deve-se analisar como a falta de empatia entre as pessoas e os estigmas impostos na doação influenciam na problemática em questão.         O exacerbado individualismo é o principal responsável pela falta de voluntários em hemocentros. Sem dúvida, isso ocorre porque, conforme defendia Comte, o comportamento altruísta do ser humano faz parte de seu instinto egoísta. Em decorrência desse fato, a doação de sangue não é feita regularmente, ocasionando escassez nos estoques. Certamente, esse sentimento de ajuda ao próximo é baixa, pois no Brasil, diferentemente de outros países, como Haiti e Japão, não há uma herança cultural por meio de guerras e catástrofes em que a ajuda humanitária é essencial.       Além disso, nota-se ainda, que a falta de informação sobre o processo de doação é responsável pelo baixos índices. Isso decorre de mitos criados e repassados pelo senso comum, em classes em que a educação é deficiente. Infelizmente, o estigma da religião e do costume são sobrepostos sob a saúde do próximo, diminuindo, dessa forma, o número de vítimas a serem salvas. Tal fato é observado no filme dinamarquês A Caça, em que mostra como o boato e a falsa informação influenciam no cotidiano. Logo, vê-se aspectos e comportamentos da sociedade refletidos na  baixa oferta e na alta demanda por sangue.       Torna-se evidente, portanto, que a questão da doação de sangue precisa ser revisada. Em razão disso, o Ministério da Educação, em parceria com as escolas, deve incluir palestras e atividades pedagógicas coletivas desde as séries iniciais, para que haja a empatia ao colega, mostrando a importância de ajudar, a fim de formar doadores voluntários. Ademais, campanhas informativas, realizadas por empresas privadas por meio de redes sociais, televisões e cartazes são essenciais, com o intuito de acabar com os mitos do senso comum, apresentando dados, gráficos e perguntas respondidas. Desse modo, o Brasil alcançará um número estável de doadores de sangue e refutará a ideia proposta por Comte.