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Enviada em: 13/07/2018

"No meio do caminho tinha uma pedra", são palavras do escritor Carlos Drummond de Andrade, usadas como referência a situações que funcionaram como obstáculos em sua vida. De maneira análoga, no contexto brasileiro atual, os empecilhos para a doação de sangue podem ser encarados como "pedras" responsáveis pela estagnação de muitos, visto que a falta de informação, bem como a carência de políticas de funcionamento que viabilizem o acesso da população aos hemocentros são fatores que, por ocasionarem uma menor adesão popular à pática, impedem o avanço nacional.       Nesse contexto, no ano de 1964, o então presidente Castelo Branco instituiu a data 25 de novembro como o Dia Nacional do Doador Voluntário de Sangue, de modo a ressaltar a relevância desse no cenário local. Entretanto, hodiernamente, pouco é falado a respeito da prática de doação sanguínea, fato que contribui para o baixo índice de doadores regulares de sangue. Posto isso, dados da BBC Brasil mostram que, do total de material coletado anualmente, mais de 50% é destinado a pacientes específicos. Sendo assim, torna-se notório que, devido à pouca disseminação de informações sobre o assunto, muitos são os indivíduos que realizam a doação apenas quando a necessidade vem de alguém próximo a eles, mostrando que a vontade de ajudar existe, porém, a falta de incentivo reduz a efetivação do ato.       Em segunda instância, se por um lado é necessária uma maior informação por parte da população, por outro, facilitar o acesso aos centros de doação é também fundamental. Nesse âmbito, o jornal O Globo ressalta que grande parte dos brasileiros não realizam a doação devido à dificuldade de locomoção até os hemocentros ou à falta de tempo livre durante os dias úteis, uma vez que essas entidades, em sua grande maioria, funcionam no período diurno, o que acarreta na divergência de horário com os potenciais doadores, uma vez que esse é o momento em que os brasileiros costumam cumprir seus afazeres domésticos e laborais.       Urge, portanto, a adoção de medidas que solucionem o problema vigente. Destarte, cabe à mídia, como disseminadora de informações, contribuir para o incentivo à doação de sangue, por intermédio da abordagem e da valorização do tema em novelas e seriados exibidos em horário nobre, a fim de atingir grande parte da população brasileira. Outrossim, os hemocentros devem dinamizar sua política de funcionamento, com a abertura dos postos aos finais de semana e feriados, além de estender o atendimentos ao período noturno, por meio do aumento do número de funcionários da instituição, com o fito de alcançar mais doadores e reduzir, assim, os obstáculos no caminho dos pacientes que necessitam de doação sanguínea.