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Enviada em: 11/07/2018

Uma opção de regência  Franz Kafka, escritor alemão, afirma que a solidariedade é o sentimento que melhor expressa o respeito pela dignidade humana. Em momentos de necessidade ou desastres naturais, muitos brasileiros se mobilizam para fornecer auxílio aos necessitados. No entanto, em outros momentos, como em períodos de festividades, esses não realizam pequenas ações voluntarias que salvariam muitas vidas, como doar sangue, por exemplo. Diante disso, os estoques de sangue são exíguos, não só pela falta de incentivo e conhecimento sobre a doação, mas também pelos empecilhos na triagem dos possíveis doadores.  Convém ressaltar, a princípio, que a falta de informações que conscientizem acerca da importância dessa ação voluntária ratifica esse impasse. Nos meios de comunicação, como internet e televisão, há escassez de campanhas publicitárias que enfoquem esse tema, logo, o número de doadores faz-se menor do que a real demanda. Além disso, agravando esse problema, nos períodos como carnaval e fim de ano, de acordo com o Centro de Hematologia e Hemoterapia do Paraná (Hemepar), as doações diminuem cerca de 40%.  Ademais, o ato de doar sangue no Brasil ainda é bloqueado seja por mitos ou exclusão de determinados grupos. Sob esse cenário, os homens homossexuais que tiveram relações sexuais até o prazo de 12 meses não podem ser possíveis doadores. Essa restrição ocorre devido a um surto de HIV ocorrido na década de 80 nesses indivíduos. Entretanto, hoje se sabe que heterossexuais também são portadores e que transmitem essa doença. Além disso, ainda decorrente da falta de informações, muitos mitos são relacionados à doação de sangue, como engordar e emagrecer ou que doenças são transmitidas pelos instrumentos utilizados.  Torna-se imprescindível, portanto, superar os obstáculos mencionados. Diante disso, a mídia tem papel importantíssimo na divulgação de informações, seja pelos meios virtuais ou físicos, e cabe ao governo requerer que ela enfatize a importância de doar sangue e superar os mitos, a fim de incentivar novos doadores. O governo, também, em parceria com a OMS – Organização Mundial da Saúde - , pode rever os critérios para doação, visto que muitos homens saudáveis são excluídos por manterem relações homoafetivas. Dessa forma, a regência adequada poderá ser escolhida, substituindo “assistir ao outro” por “assistir o outro” e, assim, a solidariedade citada por Franz Kafka será reafirmada.