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Enviada em: 24/08/2018

Durante a Segunda Guerra mundial, a evolução das ciências médicas teve grande impacto na vida dos soldados feridos e, através desse progresso, a possibilidade de doar sangue para salvar uma vida se torna possível. Entretanto, no Brasil, essa ação não é comum e enfrenta alguns obstáculos, como a ausência de experiências trágicas e da cultura de doação. Sendo assim, deve-se analisar a falta desse engajamento social com a vida do outro e buscar soluções eficazes e permanentes.      Em primeiro plano, vale destacar que historicamente o Brasil não passou por grandes guerras, como o Japão e os EUA, o que influencia nesse desestímulo da doação de sangue. Geralmente, é preciso que alguém próximo careça de sangue para que a pessoa se estimule a doar, ou seja, a população não é incentivada a ser solidária habitualmente. Essa realidade faz com que apenas 1,8% dos brasileiros sejam doadores de sangue efetivos, segundo dados da OMS, o que é abaixo do mínimo ideal de 3%.    Outro fator a ser mencionado é a deficiência estrutural. A carência de unidades transfusionais, principalmente em cidades do interior, contribui para o desestímulo social, pois é exigido que o doador em potencial se desloque até uma cidade maior, muitas vezes longe, que tenha um hemocentro para realizar tal ação. A exemplo, tem-se uma pesquisa realizada pela Produção Hemoterápica Brasileira (Hemoprod) relatando que apenas 0,4% dos doadores brasileiros são da região Norte.     Portanto, formar um senso crítico social para a importância da doação de sangue é essencial. O Ministério da Saúde, em parceria com a Associação Médica, deve estruturar as unidades de saúde das cidades do interior para as doações de sangue, por meio da capacitação dos funcionários e da construção de salas adequadas, buscando um maior compromisso social e a maior adesão da comunidade. Ademais, ONGs voltadas para a saúde, em parceria com a mídia, devem realizar campanhas de doação habitualmente no país, através de propagandas na TV aberta, visando o aumento da solidariedade e a criticidade social sobre o assunto.