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Enviada em: 17/07/2018

Parafraseando o escritor Franz Kafka, a solidariedade é o sentimento que melhor expressa o respeito pela dignidade humana. Nesse contexto, uma simples ação pode mudar a vida de muitas pessoas, como aconteceu após o rompimento de barragens de Mariana, fato que mobilizou centenas de pessoas a doarem mantimentos ás vítimas do desastre. No entanto, em outros casos , como em relação á doação de sangue no Brasil, a falta de informação e restrições governamentais são obstáculos que têm comprometido esse processo solidário    Em primeiro plano, vale ressaltar que a falta de informação reforça o problema da doação de sangue, porque torna a grande maioria da população inconsciente da importância desse ato. Campanhas publicitárias sobre o tema são pouco exploradas pelos meios midiáticos, atitude que deveria ser contraria, especialmente em determinadas épocas do ano, como nos meses de fevereiro e junho, devido ao acontecimento de eventos nacionais, como Carnaval e festas Juninas, que por sua vez, aumentam o consumo de bebidas alcoólicas, acidentes e consequentemente de transfusões de sangue. Dessa forma, percebe-se a inércia da mídia perante o incentivo a novos doadores     Ademais, é imprescindível destacar que a marginalização para com os homossexuais é outro entrave para a doação de sangue. Devido ao elevado número de contagio de Dsts entre os homens com relações homoafetivas, a Organização Mundial de Saúde (OMS) definiu essa parcela da sociedade como um grupo de risco, sendo assim, a lei exige a abstinência sexual desses indivíduos por um período de 12 meses . No entanto, a opção sexual não pode ser um critério de seleção, mas sim a saúde dos indivíduos, visto que, os heterossexuais também transmitem Dsts , o que põe em xeque a injustiça sofrida pelo homossexuais. Diante disso, essa classe fica à margem de exercer a sua solidariedade.       Portanto, torna-se necessaria a tomada de medidas para solucionar esse problema. Cabe ao Ministério da Saúde, em parceria com a mídia e com Ongs, como a vidas recicladas, trabalhar a ideia da importância da doação de sangue, expor dados e esclarecer dúvidas, de comunicação de grande alcance, como a internet, a televisão e o programa de rádio A Hora do Brasil, para incitar a solidariedade de toda a população. Outrossim, cabe ao governo federal, junto a OMS universalizar os critérios para doação de sangue e investir em equipamentos tecnológicos capazes de averiguar com eficiência a saúde do individuo e a qualidade do sangue. Dessa forma, o número de doadores aumentaria e garantiria o direito igualitário ao exercício da solidariedade.