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Enviada em: 17/07/2018

Consoante o escritor Franz Kafka, a solidariedade é o sentimento que melhor expressa o respeito pela dignidade humana. Nesta perspectiva, os brasileiros, conhecidos mundialmente pela simpatia que tratam o visitante estrangeiro, são menos solidários em relação a seus semelhantes. Ao menos, no que diz respeito à doação de sangue.         Primeiramente, é importante analisar que segundo dados no Ministério da Saúde, 1,8% da população brasileira é doadora de sangue. Não obstante, esse número ainda se encontra muito abaixo do recomendado pela Organização Mundial de Saúde, OMS, que é entre 3% e 5%. Nesse contexto, a falta de informação corrobora para o desconhecimento sobre a importância de doar sangue. De modo que, as campanhas publicitárias não são frequentes e, sem uma maior divulgação à população, o número de doadores faz-se menor do que a real demanda.         Além disso, as restrições para doação de sangue no país ainda são um obstáculo a ser enfrentado.  Segundo um levantamento feito pelo site de notícias G1, nas 27 unidades federativas do país, uma a cada cinco pessoas que vão aos hemocentros das redes públicas são consideradas inaptas para doação. Ademais,  preconceito à doação de homens homossexuais é ainda mais marcante. Dessa forma, o ato de solidariedade acaba impedido por estigmas da sociedade.         Tendo em vista que atualmente um dos maiores limitadores para doação de sangue no Brasil é a falta de engajamento da própria população, faz-se necessário que a mídia, como grande disseminadora de informação e opinião, alerte sobre a importância da doação frequente através de campanhas e até mesmo programas que mostrem o destino final do sangue doado e as vidas que podem ser salvas. Assim, a doação passará a ser vista como um ato de cidadania, tal qual já é em outros países como  a França, em que o hábito da doação é algo hereditário. Dessa forma é possível construir uma nação brasileira tão preocupada e solidária com seus mesmos, como é com a população vinda de fora.