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Enviada em: 19/07/2018

Parafraseando o escritor Franz Kafka, a solidariedade é o sentimento que melhor expressa o respeito pela dignidade humana. Nesse contexto, uma simples ação pode mudar a vida de muitas pessoas, como aconteceu após o rompimento da barragem de Mariana. Centenas de pessoas se mobilizaram para mandar mantimentos às vítimas do desastre. No entanto, em outros casos, como em relação à doação de sangue no Brasil, a falta de informação e restrições governamentais são obstáculos que têm comprometido esse processo solidário.        Em primeiro plano, vale ressaltar que a falta de informação reforça o problema da doação de sangue, porque torna a grande maioria da população inconsciente da importância desse ato. Campanhas publicitárias sobre o tema são pouco exploradas pelos meios midiáticos, porém essa atitude deveria ser contrária, especialmente em determinadas épocas do ano, como nos meses de fevereiro e junho, em razão da ocorrência de eventos nacionais, como Carnaval e festas Juninas, os quais por sua vez, aumentam o consumo de bebidas alcoólicas, acidentes, e consequentemente de transfusões de sangue. Dessa forma, percebe-se a inércia da mídia perante o incentivo a novos doadores.      Ademais, é imprescindível destacar que a marginalização para com os homossexuais é outro entrave para a doação de sangue. Devido ao elevado número de contagio de Dsts entre homens com relações homoafetivas, a Organização Mundial de Saúde (OMS) definiu essa parcela da sociedade, como um grupo de risco. Sendo assim, a lei exige que para doar sangue esses indivíduos devem estar em abstinência sexual por um período de 12 meses. No entanto, a opção sexual não pode ser um critério de seleção, mas sim a saúde dos indivíduos. Além do mais, os heterossexuais também transmitem Dsts, o que põe em xeque a injustiça sofrida pelos homossexuais. Diante disso, essa classe fica à margem de exercer a sua solidariedade.        Portanto, torna-se necessária a tomada de medidas para solucionar essa questão. O Ministério da Saúde, em parceria com a mídia deve trabalhar a ideia da importância da doação de sangue, por de meio campanhas publicitárias e cartilhas educativas, utilizando meios de comunicação de grande alcance, como a internet, televisão e o programa de rádio A Hora do Brasil, com o objetivo de incitar esse ato solidário em toda a população. Outrossim, O governo federal, junto a OMS deve modificar os critérios exigidos para doação, de modo a estabelecer requisitos únicos para qualquer cidadão e investir em equipamentos tecnológicos, que averiguem com eficiência a saúde do indivíduo e a qualidade do sangue, para, garantir o direito igualitário ao exercício da solidariedade e aumentar a taxa de doadores. .