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Enviada em: 21/07/2018

O brasileiro é conhecido internacionalmente pela sua cordialidade para com os estrangeiros. Contudo, no que diz respeito aos seus semelhantes, essa realidade é questionada: segundo dados da Organização Mundial da Saúde (OMS), somente 1,8% da população brasileira doa sangue, o que acarreta, muitas vezes, na falta desse elemento nos hemocentros. Assim, pacientes que esperam por essas doações correm um risco constante à vida. Nesse cenário, percebe-se muitos obstáculos para a doação de sangue no país, entre eles a falta de informação, a falta de políticas públicas contínuas e o preconceito.       O escritor alemão Franz Kafka acreditava ser a solidariedade o sentimento que melhor expressa o respeito pela dignidade humana. Dessa maneira, a estagnação dos bancos de sangue no Brasil revela a falta de empatia pela condição do próximo, cuja vida depende de um doador compatível. A falta de informação dos cidadãos sobre o processo de doação sanguínea se constitui um grande impasse para contornar esses obstáculos, principalmente pelos mitos relacionados ao processo, a exemplo do senso comum de que doar sangue vicia. Consoante a ela, as poucas e pontuais campanhas governamentais não são capazes, por si só, de conquistarem um número considerável de doadores.            Além disso, sabe-se que, no Brasil, a doação por parte de homossexuais é muito burocrática e, por vezes, dificultada. Considerados como um "grupo de risco", só podem doar sangue após passarem um tempo sem estabelecer relações sexuais. Essa restrição contribui para uma falta considerável nos estoques de sangue e, de certa maneira, revelam o preconceito, haja vista que o fator de risco durante esse procedimento não se restringe ao parceiro sexual e sim a outros fatores, como exemplo o número de parceiros e exposição a alguma doença - cuidados que devem ser tomados com todos, independentemente de suas orientações.       Logo, torna-se evidente que muitos são os problemas que coíbem a doação de sangue no Brasil, culminando na necessidade de tomada de ações. Em primeiro lugar, é importante que os núcleos escolares, ao trabalharem continuamente com a comunidade por meio de oficinas com enfermeiros e técnicos, instrua os jovens e seus familiares sobre a importância de doar sangue, a fim de convidá-los a ser motor dessa mudança. Ademais, as empresas de rede privada tem um papel social relevante a cumprir, mediante a realização de atividades com seus funcionários, subsidiadas por profissionais da saúde, para criar um dia de coleta sanguínea na empresa como forma de incentivar a doação por parte dos trabalhadores.