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Enviada em: 27/07/2018

O sangue tem diversas funções indispensáveis para o funcionamento do corpo humano, como o transporte de oxigênio e nutrientes. Contudo, alguns indivíduos, devido a situações patológicas, não produzem quantidades suficientes para atender às demandas dos sistemas corporais, e contam com a doação de outros para manter o funcionamento regular do corpo. Entretanto, apenas 2% da população realiza as doações nos hemocentros, segundo o Ministério da Saúde. O dado explica o grave quadro de escassez do líquido vital nos hospitais do país. Visto isso, analisar os obstáculos impostos pela sociedade e pelo próprio sistema é essencial para modificar o quadro atual.     De início, deve-se atentar a posição egoísta e individualista da população. Mesmo tendo consciência da gravidade dos pacientes e de como sua solidariedade poderia ajudar, a maioria dos indivíduos se omite dos hemocentros por sentimentos de medo e até mesmo desinteresse. Além disso, mitos populares como a transmissão de doenças e vícios devidos às transfusões servem como justificativas para a não-doação.   Outrossim, cabe destacar que o sistema de hemoterapia se configura como excludente e preconceituoso. Em pleno século XXI, homossexuais não podem doar sangue, a menos que permaneçam 12 meses sem se relacionar sexualmente. Considerando o dado do IBGE que mostra que cerca de 10% dos homens brasileiros têm relações com outros,  uma quantidade significativa deixa de ser doada por preconceitos históricos que associam LGBTs à doenças sexualmente transmissíveis, como o HIV.         Fica claro, portanto, que assim como no mutualismo, relação harmônica em que um indivíduo necessita do outro para sobreviver, a sociedade e o governo devem se articular para resolver as atuais problemáticas e auxiliar na sobrevivência dos pacientes que necessitam da hemoterapia. A fim de reduzir os mitos acerca da doação e incentivar a população, o Ministério da Saúde deve promover uma campanha publicitária que circule nos canais de TV aberta com especialistas conhecidos, como o Doutor Drauzio Varella, que esclareçam as verdades e mentiras sobre o assunto. Além disso, com o intuito de erradicar as barreiras encontradas por homossexuais na doação e, consequentemente, aumentar os litros de sangue para os pacientes, o Ministério da Saúde deve extinguir a proibição e incentivá-los a realizarem as doações, esclarecendo que os sangues são testados antes de chegar aos receptores e que não há motivos para não receber suas doações. Desse modo, através do esclarecimento e da quebra de preconceitos, o Brasil conseguirá sair da inércia e aumentar seus dados estatísticos referentes aos atos vitais de solidariedade.