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Enviada em: 30/07/2018

Na série norte americana “Grey’s Anatomy” um jovem que havia acabado de sofrer um acidente grave e necessitava de uma transfusão sanguínea foi impossibilitado devido seus pais pertencerem aos Testemunhos de Jeová, uma seita religiosa que não permite que seus fiéis recebam sangue que não lhes pertence. Saindo das telas e vindo para contemporaneidade, percebe-se os obstáculos enfrentados na doação de sangue no Brasil. O preconceito contra grupos de homossexuais e a falta de uma política pública efetiva são alguns destes.       Estado e religião andam separados, tal ideário renascentista está correto, mas até qual ponto? O caso ocorrido na série é relativamente comum na sociedade brasileira, onde um indivíduo, em detrimento da crença de seus pais desvencilha-se do tratamento que poderia lhe proporcionar uma melhor qualidade de vida. O Estado, em casos como esse, deve intervir, pois a vida do paciente deve ser priorizada, e não a fé de seus familiares, pois, se é possível dar ao paciente uma melhora em seu quadro clínico utilizando-se de meios éticos e seguros, poder-se-ia, em detrimento da lei, utilizar tal prática.      É garantido a todos os cidadãos o direito à vida, liberdade e equidade. O artigo 5° da Constituição aponta que todos os indivíduos são iguais perante a justiça, não obstante, não se pode perceber a aplicação desta determinação ao analisar os empecilhos aos quais os homossexuais estão submetidos na doação de sangue no Brasil. Atualmente, para que um homossexual possa doar sangue, é necessário que ele não tenha feito sexo nos últimos 12 meses que antecedem a doação. Com tal política, mais de 18 milhões de sangue são desperdiçados todos os anos, sangue que poderia salvar milhares de vidas.     Em detrimento da problemática abordada, tem-se, portanto, que o Poder Legislativo, crie um conselho nos centros de atendimento aos cidadãos com o intuito de preservar a vida de pacientes. Para isso, uma frente ética e médica deve ser convocada todas as vezes em que casos, como o corrido em Grey’s se repitam, assim, através de um consenso será possível tomar uma melhor decisão para o paciente. Ademais, é necessário que se mude a política de doação de sangue vigente atualmente para que os homossexuais tenham uma maior participação nesse cenário, dessa forma, um volume maior de sangue poderá ser recolhido e, consequentemente, uma maior quantidade de vidas poderá ser salva.