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Enviada em: 04/08/2018

Sede de Sangue  No folclore americano, os vampiros são seres que necessitam de sangue para se manterem saudáveis. Do panorama fictício, ao contexto brasileiro, pouco se altera, já que o sangue representa a vida tanto na ficção, quanto na realidade. Nesse sentido, sabe-se que a escassez nas transfusões sanguíneas atuam como algoz a cidadania verde e amarela, seja pelo individualismo, seja pela falta de conhecimento.  Indivíduos que doam sangue, são estimulados a pensar na situação do próximo, resolvendo então tomar uma atitude para auxilia-lo. Consoante ao sociólogo Zygmunt Bauman, em seu livro ‘’Modernidade Líquida’’, a sociedade é composta por relações líquidas, fragilizadas, que são ‘’impossíveis de segurar’’, impedindo vínculos fortes e tornando a indiferença um símbolo da atualidade. Diante disso, as coletas sanguíneas têm esse problema como pedra no caminho, visto que poucos são os que se preocupam com a problemática.  Vale salientar, ainda, que a baixa veiculação de esclarecimentos sobre o tema, torna a oferta de sangue ainda menor. A título de exemplificação, mitos como intensa dor durante o processo, utilização repetitiva de seringas descartáveis e problemas a saúde são amplamente difundidos, sobretudo em pequenas cidades do interior. Como produto dessa realidade, apenas 1.8% dos brasileiros tem o hábito de doar sangue, segundos dados do Ministério da Saúde.  Parafraseando o político americano Theodore Roosevelt, educar no intelecto sem educar na moral, é criar ameaças. Partindo dessa égide, para solucionar esse fato, é condição ‘’sine qua non’’ que as escolas, em seu caráter educativo, por meio de seminários, palestras e visitas anuais a hemocentros, promovam maior conhecimento da situação, fazendo assim, um exercício de empatia, visto que se o cidadão presencia o problema, tem mais chances de pensar em contribuir, o que ocasionará no crescimento no número de doações nas próximas gerações. Ademais, a Mídia, por meio de campanhas televisivas, devem divulgar as vantagens da doação para o doador, como check-up de graça, dia de folga e meia entrada em cinemas, com a finalidade de fazer com que o corpo social vejam vantagens para si nessa prática. Tais medidas, poderão então, saciar a ‘’sede de sangue’’ que se tem nos vários hemocentros da terra de palmeiras e sabiás.