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Enviada em: 06/08/2018

Não há nenhuma novidade quando falamos das condições precárias dos serviços de saúde no Brasil, seja no setor público ou privado. Apesar de haver uma serie de políticas públicas para reverter esse cenário, por exemplo o programa "Mais Médicos", criado no governo Dilma. Ainda existem entraves burocráticos e morais para a doação de sangue. O Brasil mesmo tendo uma taxa de 1,8% de doadores, segundo os dados da Ministério da Saúde, o país ainda está fora do 3% mínimos recomendados pela Organização das Nações Unidas. Todavia, este quadro  é um reflexo de questões que vão desde problemas estruturais, de violência e de comunicação social, como também de preconceitos e descriminação.        Para se doar sangue no Brasil, existe uma série de restrições e regulamentos impostos pelo Ministério da Saúde, por exemplo, não ter relações sexuais com mais de duas pessoas nos últimos 12 meses, ou não ter tido relação sexual homossexual no mesmo período, independente do uso de preservativo. Além também de não ter feito uma tatuagem no último ano.  Estas condições não só  desencoraja os doadores, como cria uma série barreiras de que dificulta o aumento do percentual de doadores, o que torna redundante as campanhas publicitárias incentivando tal ato solidário.        Devido a um aumento na taxa de homicidio, somado à um envelhecimento da população, além uma precária condição de infraestrutura e logística para a disponibilidade de centros de saúde e coleta, o Brasil tem tido um aumento na demanda por sangues. Se por um lado os bancos de sangue tem conseguido suprir as necessidades nacionais atuais, em um eventual cenário pessimista nossa nação encontra-se vulnerável caso este aumento na demanda persista nos próximos anos, principalmente pelo fato do país encontrar-se abaixo percentuais recomendados pela ONU.        Para reverter esse quadro, é necessário com realizar um estudo para analisar o real impacto do número de parceiros sexuais e tatuagens na qualidade do sangue do indivíduo. Para isso, com o auxilio das Universidades Federais e outros centros de pesquisa, como Fio Cruz, é possível elaborar uma pesquisa que avalie a eficiência deste tipo de restrição na qualidade do sangue. Após a elaboração deste estudo, deve-se criar regras mais eficientes para controle de qualidade, em que se maximize a quantidade arrecadada em função da população. Por fim, uma campanha publicitária de incentivo ao ato solidário, enfatizando a quebra de preconceitos e mitos. Estimulando a população a se tornarem novos doadores, independente do gênero, orientação sexual ou qualquer tipo de atributo, uma vez que seja cientificamente comprovada.