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Enviada em: 11/08/2018

Segundo o escritor Franz Kafka, a solidariedade é o sentimento que melhor expressa o respeito pela dignidade humana. É essa mesma solidariedade que leva as pessoas a doarem seu sangue para ajudar um desconhecido. Contudo, e existência de obstáculos como mitos entorno da doação, que amedrontam e afastam as pessoas dos postos de sangue, e uma mentalidade que exclui os homossexuais dos hemocentros, pela sociedade ainda vê-los como portadores de doenças sexualmente transmissíveis (DSTs), fazem com que, apesar da solidariedade, haja doadores de sangue insuficientes no Brasil. Logo, medidas que alterem essa situação devem ser adotadas.     Em primeiro plano, é preciso desconstruir as mentiras que rodeiam a doação de sangue. A Revolta da Vacina foi um motim, que explodiu no Rio de Janeiro quando o governo, sem explicar para os cidadãos  amedorentados o que era uma vacina e seus efeitos positivos no corpo, passou a medicá-los impositivamente. De forma análoga, a doação de sangue também tem como problema um Estado que não esclarece as dúvidas da população sobre o processo, surgindo assim diversos mitos como, por exemplo, a de que o doador corre riscos de contrair doenças ou de que o sangue afina após a doação. Essas ideias errôneas afastam as pessoas dos hemocentros. Para evitar tal situação, fica evidente a necessidade de desmistificar as mentiras e ensinar sobre a doação de sangue para o grande público.     Além disso, a barragem dos rapazes que tiveram relações sexuais com outro homem, dentro de um ano, dos hemocentros também faz parte da problemática. Durante os anos 80 surge a AIDS, doença que afetou, principalmente, os gays no início de seu surto. Posteriormente, ela começou aparecer em diversos grupos sociais, desde héteros até mulheres, contudo, a ideia preconceituosa de que homossexuais são sempre portadores de DSTs já estava enraizada no imaginário coletivo. Em virtude dessa mentalidade, esse grupo acaba excluído dos hemocentros e, consequentemente, não doam seu sangue. Em vista de tal situação, fica claro que é preciso mudar algumas políticas, baseadas em esteriótipos, dos postos de sangue.     Portanto, é preciso acabar com os obstáculos que afastam a população dos hemocentros, como é o caso das falácias entorno da doação e a homofobia. Sendo assim, o Estado pode criar um projeto denominado Mais Doadores. Nele, haverá cartazes e profissionais da área nos postos de saúde das cidades, que informarão a população sobre a doação de sangue, desmistificando seus medos sobre o processo. Além disso, cartilhas serão entregues para os funcionários dos hemocentros, para que eles aceitem mais os potenciais doadores homossexuais. Essas medidas visarão aumentar o número de bolsas de sangue, e assim, mais pessoas serão incentivadas a serem solidarias através da doação.