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Enviada em: 11/08/2018

O episódio da Revolta da Vacina, no início do século XX, durante a República Oligárquica, ficou marcado pela ausência da devida informação à população sobre a necessidade da vacinação, na época, contra a Varíola. Além disso, atualmente, a esfera de saúde do país sofre com diversos mitos, e com o ato de doar sangue não é diferente, pois o gesto solidário enfrenta obstáculos de ordem informacional, sustentadas por notícias falsas, constantemente disseminadas pelos populares, justamente pela falta de instrução adequada, que é responsabilidade do Estado.       Nesse hiato, o advento da globalização trouxe a facilidade de acesso e transmissão de informações, quase que de maneira instantânea. A partir disso, surgem as denominadas "Fakes News" - termo usado para referir-se à notícias falsas -  que são as principais vilãs na luta para desmistificar consequências negativas ao cidadão doar sangue. Dentre as falácias, a mais pertinente é a que discrimina os homossexuais ao direito de se tornar um doador.        Embora, os homossexuais estivessem no centro do fenômeno da eclosão em massa do HIV - sigla em inglês para Vírus da Imunodeficiência Humana - durante a década de 1980, atualmente a visão é outra. O HIV não faz distinção, ou seja, independente da orientação sexual, o risco de contração do vírus é igual para qualquer ser humano. Inclusive, a definição de "grupo de risco" está defasada e foi alterada para "comportamento de risco" - isto é, a maneira como as pessoas conduzem suas relações sexuais - como o médico Dráuzio Varella explica em seu canal no YouTube. Porém, esse preconceito ainda está presente na sociedade, necessitando de ações para corrigi-lo.      Portanto, em virtude dos fatos mencionados, faz-se necessário intervir sobre o tema. Desse modo, o Estado precisa assumir sua parcela de responsabilidade criando políticas públicas, e assim, cabe ao Ministério da Saúde destinar recursos para financiar a manutenção de duas datas fixas anuais de multirões para a doação de sangue, tendo o intervalo de 6 meses. Ademais, o mesmo Ministério com o apoio das mídias digitais e televisivas, devem criar propagandas com  cunho informativo, a fim de acabar com os mitos e notícias falsas que cercam a doação de sangue, inclusive com a integração de doadores homossexuais.