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Enviada em: 08/08/2018

De modo análogo ao mundo da ficção, em que Conde Drácula necessitava de sangue humano para a sua sobrevivência, milhares de cidadãos brasileiros dependem de dádivas sanguíneas para prosseguirem com suas vidas. Contudo,  seja pelo desconhecimento populacional acerca do tema, seja pelo descaso constitucional contra minorias sociais, diversos indivíduos têm dúvidas quanto a questão de suas transfusões sanguíneas. Desse modo, os obstáculos para a doação de sangue no Brasil denotam uma sociedade desinformada e um país que despreza parte de sua população.       Em primeiro plano, é notório que o Governo Federal não exerce o ideal papel de conscientizar a população acerca da importância das doações de sangue. Sob tal perspectiva, cabe destacar que organizações não-governamentais vêm, no país, cumprindo a função - que deveria ser exercida pela Federação - de estimular os cidadãos a respeito da necessidade de dádivas sanguíneas. Contudo, sem amplo apoio do Governo, a desinformação sobre o tema é evidente na nação, corroborando a carência de recursos vitais nos bancos brasileiros de armazenamento sanguíneo. Logo, é essencial que o Estado difunda informações a respeito da mazela aos brasileiros, visto que, consoante ao ilustre Francis Bacon, fundador da Ciência Moderna, conhecimento é poder.        Outrossim, é indubitável que a atual Magna Carta promove, além de um ato preconceituoso, a escassez dos bancos sanguíneos ao não permitir que homossexuais doem sangue. Nesse viés, ressalta-se que, na década de 80, inúmeros cidadãos vieram ao falecimento por conta da contração de doenças sexualmente transmissíveis, como a Aids. Desse modo, a Constituição Cidadã, promulgada em 1988, considera que, por segurança, homossexuais devem passar por uma severa ação de profilaxia caso queiram doar sangue. No entanto, é incontestável que qualquer cidadão pode ter contraído Aids; e não, apenas, os homossexuais, expondo uma incoerência por parte dos indivíduos que sancionaram a Constituição Federal. Por conseguinte, torna-se perceptível que mudanças no Código Legislativo devem ocorrer para a origem de um maior índice de doações sanguíneas no Brasil.        Infere-se, então, que medidas cabais devem ser efetivadas à resolução da problemática. Para isso, é ponderável que o Ministério da Saúde apoie, financeiramente, organizações que propagam discursos sobre a importância da doação sanguínea à nação verde e amarela. Ademais, é fundamental que o Ministério da Educação acrescente mais períodos de sociologia na carga acadêmica nacional, instigando a gênese de sentimentos afirmativos perante a importância humana e social de cada um dos estudantes. Para mais, o Congresso Nacional deve propôr emendas constitucionais que acolham minorias sociais nas doações sanguíneas. Assim, com o apoio de todos, mais vidas serão salvas.