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Enviada em: 13/08/2018

O preconceito está no sangue?      Segundo dados do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) o Brasil possui atualmente mais de 207 milhões de habitantes, sendo o sexto país mais populoso do mundo segundo a ONU (Organização das Nações Unidas). Assim, como é possível observar nos mais diversos meios de comunicação, muitos acidentes graves acontecem todos os dias e qualquer um desses brasileiros pode se envolver em alguma fatalidade. Logo, é necessário que os hospitais estejam sempre preparados para o socorro das vítimas, o que inclui um bom índice nas doações de sangue para transfusões. Todavia, ao contrário do que se pensa à princípio o grande problema que afasta a população dos bancos de sangue não é o medo de agulhas, mas sim o preconceito.        É importante salientar, de início, que no país, apenas 1,8 % da população é doadora de sangue, valor muito a baixo do recomendado pela ONU, 3-5%. É importante salientar, ainda, que homens homossexuais não podem doar sangue ao menos que passem um ano sem transar com outro homem. Segundo o IBGE há 10,3 milhões de homossexuais ou bissexuais no Brasil. Logo, tais dados apontam que 10,3 milhões de possíveis doadores que levantariam a taxa de doação de sangue nacional estão sendo descartados devido à descriminação.         Tal preconceito tem raízes históricas. Erroneamente, várias DST's (Doenças Sexualmente Transmissíveis) são associadas à população homossexual. Por exemplo, quando a AIDS (Síndrome da Imunodeficiência Adquirida) foi descoberta, acreditava-se que somente indivíduos que mantinham relações sexuais com pessoas do mesmo sexo seriam contaminadas. Esse tratamento dado a doença contribuiu para que a mesma se alastrasse pelo planeta, tornando-se a maior pandemia atual. Com isso, é possível avaliar os grandes estragos que a falta de informação é capaz de causar.            Levando-se em consideração esses aspectos é possível concluir que o maior obstáculo para a doação de sangue em território nacional é o preconceito. Somente a informação e conhecimento são capazes de esclarecer discriminações históricas e no caso em questão potencializar o salvamento de vidas. Assim, é imprescindível que o Ministério da Saúde passe a liberar a doação de sangue de homossexuais que não tenham comportamento sexual de risco. Além disso, estudiosos da área da saúde devem se manifestar e propagar o conhecimento através de debates nas instituições de ensino. E após tantos anos de preconceito o Governo Federal também deve vincular nas mídias campanhas incentivando homossexuais a irem aos hemocentros. Com isso, espera-se que com o passar dos anos o índice de doares de sangue aumente juntamente com a erradicação da descriminação sexual.