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Enviada em: 11/08/2018

De acordo com a Organização das Nações Unidas, o Brasil é o país que doa o maior volume de sangue na América Latina. Embora essa quantidade seja considerada suficiente pelo Ministério da Saúde, o número de doadores está abaixo do recomendável pela ONU. Nesse contexto, deve-se analisar como as restrições de grupos sociais a doação de sangue e a falta de informação influenciam na problemática em questão.  Na legislação brasileira atual é vetado a doação de sangue por homens que tiverem relações sexuais com outros homens, o que mostra-se um entrave e resulta nos baixos índices de doadores. Isso decorre do início da contaminação da AIDS no mundo, já que foi criada a tendência mundial de relacionar o homossexuais como a causa e a doença como a consequência. Esse fato pode ser explicado segundo A. Schopenhauer, o qual diz que os limites do campo da visão de uma pessoa determinam seu entendimento a respeito do mundo. Assim, legitima-se a ideia de que a medida citada reflete o momento histórico e o avanço tecnológico de sua época, e portanto, haja vista que hoje inovações foram feitas e homossexuais não são considerados um grupo de risco, a legislação deve adequar-se à atualidade.  Além disso, deve-se apontar que a falta de informação também é um obstáculo na doação de sangue no país. Isso acontece porque, de acordo com o efeito Dunning Kruger, o que uma pessoa aprende, seja sozinha ou através de outros, ela estará limitada ao seu próprio entendimento. Dessa forma, observa-se no país que o processo de doação ainda é cercado de mitos, por exemplo, muitas pessoas acreditam - erroneamente- que, ao doarem uma vez precisarão doar sempre. Além disso, também acreditam que poderão se viciar em doar e até contrair uma doença infecciosa. Isso revela que o desentendimento acerta do ato de doar limita o número de doadores e torna-se um empecilho.  Torna-se evidente, portanto, que os empecilhos para a doação de sangue no país devem ser reavaliados. Em razão disso, o Ministério da Saúde deve aumentar as fiscalizações quanto ao risco de transmissão de doenças por doação de sangue, por meio do aprimoramento da triagem e da eliminação de pessoas com comportamento de risco, sem haver uma restrição quanto à orientação sexual em casos sem a comprovação de doenças. Além disso, cabe ao Ministério da Educação, em parceria com as escolas, o papel de deliberar acerca do processo de doação, a partir de palestras elucidativas com dados estatísticos e depoimentos de pessoas especializadas sobre o tema, para que a população seja informada e entenda como acontece a transfusão sanguínea. Assim, a doação de sangue deixará de ser uma problemática no país.