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Enviada em: 11/08/2018

De acordo com o filósofo Platão, a qualidade de vida tem tamanha importância, de modo que ultrapassa a da própria existência. Dessa forma, é mais importante viver bem do que simplesmente viver. Entretanto, o bem-estar de muitas pessoas é ameaçado quando há falta de sangue para elas nos hospitais, devido à carência de informação e de interesse de muitos cidadãos no tocante à doação, e à inexistência de hemocentros em muitas cidades do interior. Assim, combater esses fatores é essencial para se obter a autossuficiência desse material biológico.     Sob a ótica do ativista Mahatma Gandhi, aquilo que se faz no presente determina o futuro. Por isso, a insuficiente divulgação no Brasil acerca da doação sanguínea, por exemplo, nas escolas, gera uma grande abstenção de doadores. Consequentemente, não se forma uma sociedade solidária, pois muitos indivíduos desconhecem o número de vidas que podem ser salvas graças ao procedimento, tachando de irrelevante essa ação social; e a biossegurança envolvida nas transfusões, o que os faz crer numa falsa possibilidade de contrair doenças. Isso foi respaldado, inclusive, pela revista Superinteressante, ao publicar que, em 2014, apenas 1,8% da população brasileira doou sangue, metade do ideal considerado pela ONU em cada país.     Paralelamente, embora haja boa quantidade de indivíduos com o objetivo de exercer essa solidariedade, vários municípios interioranos padecem com a ausência de coleta do material biológico em questão, pois o Ministério da Saúde prioriza os grandes centros urbanos e negligencia o potencial de voluntários das áreas menos desenvolvidas. Assim, diminui-se significativamente o volume sanguíneo nos hospitais, sobretudo naqueles distantes das capitais, o que é preocupante, haja vista o aumento da demanda, em razão do crescimento das cidades e, com isso, dos acidentes de trânsito.     Por fim, de acordo com a Lei da Inércia, de Newton, um corpo tende a permanecer no seu estado inicial até que uma força atue sobre ele, mudando seu rumo. Nesse sentido, é imprescindível que as Secretarias de Educação de cada município promovam, nas escolas públicas e privadas, debates acerca da doação de sangue, com os alunos, suas famílias e médicos, para que estes possam desmistificar a ideia de possível contaminação e mostrar casos concretos de pessoas que sobreviveram graças a essa atitude altruísta. Além disso, é necessário que o Ministério da Saúde envie  hemocentros também para as cidades menos urbanizadas, onde haverá  significativo potencial de doadores, caso sejam instruídos sobre a facilidade, a fiscalização e a importância do procedimento para os receptores.