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Enviada em: 11/08/2018

O Brasil é um país que, apesar de não doar pouco, poderia doar mais sangue. Ao passo que a neces- sidade desse item imprescindível à vida aumenta - já que não só a expectativa de vida das pessoas foi elevada, mas também a medicina passou por grandes avanços- o número de doadores espontâneos  (aqueles que doam regularmente, sem se importarem com quem irá receber o sangue) não acompanha esse aumento. Desse modo, é de extrema importância minimizar os obstáculos para a doação, a fim de garantir o tratamento de quem necessita.    A falta de conscientização, aliada a mitos, é um dos principais fatores que afastam as pessoas dos hemocentros. Muitas pessoas creem, equivocadamente, que se doarem uma vez terão, pois , que doar sempre; além disso, várias delas acreditam que apenas a doação do sangue tipo O (doador universal) conta -tal pensamento é incorreto, uma vez que são necessários todos tipos sanguíneos. Somado a isso, há a falta de interesse da população em se tornar doadora, já que, muitas vezes, não tem cons-ciência de que a doação é um ato social. Uma forma de mudar essa realidade seria por meio da criação do projeto Doador do futuro, o qual consistiria na discussão e apresentação do assunto para os peque -nos cidadãos desde os primeiros anos escolares, por meio de palestras realizadas não só por pro -fissionais da área, mas também por pessoas que tiveram suas vidas salvas graças à doação de al-guém. Assim, o doador do futuro seja por meio da empatia desenvolvida ou pelo contato com essa realidade, terá consciência das esferas que envolvem a doação e não terá medo de se envolver.    Além disso, os próprios órgãos reguladores impõem obstáculos como, por exemplo, a proibir a doa -ção de homens que tiveram relações com outros homens 12 meses anteriores à coleta - tal norma é, no mínimo, discriminatória ,uma vez que, julga identidade sexual e não comportamentos de risco. Ainda há a deficiência estrutural - poucos centros de coleta, baixo número de unidades móveis- tal fator dificulta a locomoção do doador fazendo com que, em alguns casos, ele desista. Todavia, existem também as doações que são feitas com o intuito de obter vantagens -um dia de folga, no caso- e fazem com que as empresas acabem se posicionando de forma agressiva em relação a isso. Uma solução plausível seria selecionar dias do ano e torná-los uma espécie de "dias facultativos", nos quais todos os funcionários que se sentissem confortáveis com a doação a fariam. O que se tornaria mais  rentável para as empresas já que, em vez de trabalharem em tempos indeterminados com postos a menos, teriam dias específicos para a "coleta em massa" e depois retornariam ao processo de produção normal.    A situação atual, embora não seja desesperadora, está longe de ser a ideal e é dever de cada um colaborar para melhorá-la.