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Enviada em: 12/08/2018

Os vários obstáculos para a doação de sangue representam um desafio para a sociedade alienada e deficitária em informações como a brasileira. O desconhecimento da importância da doação de sangue persiste intrinsecamente ao cotidiano da população brasileira, seja pela falta de informações acerca do tema, com poucas veiculações midiáticas e a existência de uma herança social, seja pela exclusão da parcela da sociedade homossexual, impedida de doar por fatores segregacionistas e inferiorizantes. Portanto, esses desafios devem ser superados de imediado para que uma sociedade mais integrada seja alcançada.    Em primeiro lugar, é indubitável que a questão constitucional e sua aplicação estejam entre as causas do problema. Dados da Organização das Nações Unidas (ONU), no ano de 2015, apontaram o Brasil como o país com a menor taxa de coleta sanguínea da América Latina. A este fato, pode-se ressaltar a herança cultural do país, visto que, diferentemente dos países da Europa e Estados Unidos, o Brasil não possui um histórico de guerras, fator que auxilia na disseminação da importância de doações. Com isso, evidencia-se a importância do papel da mídia frente a conscientização da temática, como forma de combate e incentivo à maior doação de sangue no país.    Outrossim, destaca-se a inferiorização dos homossexuais no tocante a doação. De acordo com o Ministério da Saúde, é proibido a doação de sangue por homossexuais que mantiveram relações sexuais em um período mínimo de doze meses. Relacionada a esse veto, está a estigma da população para com a doação por homossexuais, ao acreditar que, doenças sexualmente transmissíveis serão perpassadas através da transfusão. Desse modo, o fortalecimento do pensamento homofóbico, transmitido de geração a geração, funciona como forte base segregacionista para os obstáculos na doação de sangue no país.     Dessarte, visando uma sociedade mais justa e com melhores condições de vida aos dependentes da doação de sangue no Brasil, é mister superar o pensamento arcaico e alienado da sociedade. Para isso, o Ministério da Saúde, junto às emissoras abertas de televisão devem promover companhas que visem a conscientização populacional frente a temática, abordando os efeitos da doação para os necessitados e a importância dos Hemocentros nacionais para a sociedade. Além disso, o fim da homofobia em diversos âmbitos é imprescindível, para tanto, novas formas de pesquisa devem ser iniciadas a fim de englobar os homossexuais nos potenciais doadores, finalizando assim, duas problemáticas conjuntas. Dessa forma, a doação de sangue será mais ampla nacionalmente e os obstáculos gradativamente solucionados, através de uma sociedade mais unida.