Materiais:
Enviada em: 22/08/2018

Para o filósofo Kant, a escolha, mesmo que autônoma tem que ser guiada pelo dever. Nesse sentido, a doação de sangue além de ser um ato de solidariedade,é também, uma forma de exercer a cidadania.Todavia, no Brasil, apenas 1,8% da população é doadora, dado que pode ser explicado não só pelo fator histórico-social como também pelo preconceito existente.  É incontestável que a consciência social está diretamente relacionada à história do país. Dessa forma, nações como Estados Unidos e Japão, que participaram de muitas guerras possuem alta taxa de doação de sangue, uma vez que, era necessário a mobilização da sociedade para ajudar os feridos pela guerra. Esse cenário, no Brasil, não era comum, portanto, o Estado não conscientizava a população sobre a importância da doação como deveria. Não obstante, doar sangue no país era um ato remunerado , o qual só foi proibido pela Constituição de 1988.  Outro fator diz respeito ao preconceito enraizado na sociedade. Sabe-se que os homossexuais não podem doar sangue, a menos que estejam um ano sem relação sexual. Essa problemática é sustentada pela associação de homossexualidade com a AIDs, porém sabe-se que a doença pode ser adquirida por pessoas de qualquer opção sexual. Devido à essa restrição preconceituosa, dezoito milhões de litros de sangue são desperdiçados, de acordo com dados da revista Superinteressante.    Em virtude dos fatos mencionados, torna-se evidente que os empecilhos para a doação de sangue no Brasil precisam ser combatidos. Para isso, cabe aos Hemocentros controlar e assegurar a qualidade do sangue doado através de exames e análises dos componentes sanguíneos, a fim de que a opção sexual não seja um fator de restrição para os doadores. Além disso, o Ministério da Educação, em parceria com as escolas, deveria conscientizar as crianças que se tornarão futuros cidadãos, por meio de palestras que falem da importância de ser um doador. Assim, com tais medidas, os cidadãos exerceriam seu dever conforme Kant diz.