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Enviada em: 17/08/2018

O sangue é um fluido corporal fundamental para a vida. Em alguns casos, como acidentes ou cirurgias, a transfusão sanguínea se faz necessária para a sobrevivência do paciente. Desta forma, a doação de sangue possui extrema importância nos serviços de saúde. No Brasil, mesmo com décadas de implementação, a doação sanguínea ainda está enraizada no medo pelo contágio, na falta de conhecimento e no preconceito.        De acordo com a Organização Mundial de Saúde (OMS), o percentual mínimo de doadores de sangue em um país deve estar entre 3% e 5%. Porém, mesmo com as modificações nos critérios de doação (alteração das idade mínimas e máxima de doação) implementadas pelo Ministério da Saúde e a proposta de ações afirmativas oferecidas em alguns Estados como São Paulo e o Distrito Federal (incentivo a doação por meio de benefícios oferecidos aos doadores como isenção em taxas de inscrição de concursos públicos e atendimento preferencial em estabelecimentos de comércio), apenas 1,9% da população brasileira é doadora.        Esses dados refletem o medo pelo contágio e a falta de conhecimento da população sobre o tema. Desde o início da implementação da doação de sangue no Brasil até os dias atuais, as técnicas de hematologia e biologia molecular evoluíram, possibilitando grande acurácia e precisão na segurança do sangue coletado, principalmente em relação a doenças transmitidas por via sanguínea. A ausência de divulgação sobre o tema, seus procedimentos de coleta e verificação do sangue coletado, na mídia para a grande massa populacional ocasiona a falta de conhecimento da população e diminui o número de doadores.        Por outro lado, parte da população que correspondem a possíveis doadores é impedida de realizar este ato de cidadania: os homossexuais. Enfatizando a correlação entre o preconceito e a falta de conhecimento da população e também de agentes de saúde, uma vez que com os avanços da ciência é possível verificar se o sangue coletado é seguro para o paciente que o receberá ou não.        Portanto, a restrição de doação para homens homossexuais contribui para o preconceito. Sendo assim, é evidente que a metodologia empregada para atrair doadores é insuficiente. O Ministério da Saúde em ação conjunta com o Ministério da Educação devem promover ações de conscientização que englobem ciclos de palestras, seminários e cursos livres que abordem os procedimentos da doação de sangue, suas aplicações e legislações envolvidas com o intuito de promover a adesão da população, aumentando, assim, o número de doadores no país.