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Enviada em: 24/08/2018

Segundo o pensamento de Claude Lévi-Strauss, a interpretação adequado do coletivo ocorre por meio do entendimento das forças que estruturam a sociedade como os eventos históricos e as relações sociais. Esse panorama auxilia na análise da questão dos obstáculos para a doação de sangue no Brasil, visto que a comunidade, historicamente, abstrai qualquer envolvimento na manutenção da saúde pública, responsabilizando exclusivamente seus governantes pelas sequelas ali presentes. Nesse contexto, torna-se evidente a limitada compreensão do processo de doação de sangue pela população, bem como a persistência da exclusão de grupos marginalizados quanto a potenciais doadores.   Em primeiro plano, evidencia-se que a ignorância social acerca da doação de sangue limita a eficácia de campanhas governamentais que visam o aumento do número de doadores, uma vez que, mitos como a contração de doenças e o aumento da viscosidade sanguínea se mantém firmes no imaginário popular. Isso, consoante ao pensamento de A. Schopenhauer de que os limites do capo da visão de uma pessoa determinam seu entendimento do mundo que a cerca, ressalta como a educação básica, no Brasil, é deficitária e pouco prepara cidadãos no que tange a saúde pública e responsabilidade social.   Outro fator diz respeito a persistência do preconceito quanto a doação de sangue por homossexuais, que foi legitimada até 2004 pelo Ministério da Saúde, proibindo a doação de "homens que mantém relações sexuais com homens". Tal hostilidade é advinda do surto de HIV no século passado, onde mistificou-se que a transmissão do vírus era decorrente do sexo homoafetivo e do contato com seu sangue, o que trás prejuízos até os dias atuais, pois segundo o IBGE são desperdiçados até 18,9 milhões de litros de sangue de homossexuais a cada ano. Contribuindo, assim, para a manutenção da crise no Sistema Público de Saúde, quanto a transfusão sanguínea.  Portanto, indubitavelmente, medidas são necessárias para resolver esse problema. A fim de tornar mais eficientes as campanhas de doação de sangue, secretarias municipais e estaduais de educação,  por meio de profissionais capacitados como médicos e enfermeiros, devem oferecer palestras informacionais, voltadas a jovens do ensino fundamental e médio, sobre os processos de doação, quem pode doar e os seus benefícios. Além de, através do Legislativo, instituir projetos de lei para garantir vantagens a doadores regulares, como a meia entrada. Visando, assim, o aumento no numero de doadores a a salvação de milhares de vidas.