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Enviada em: 29/08/2018

A história da doação de sangue no Brasil teve o seu ponto de partida no início do século XIX. Porém, o crescimento da demanda por transfusões de sangue ocorreu somente após o término da Segunda Guerra Mundial, que,  em razão do progresso científico, implicou no aparecimento dos primeiros bancos de sangue privados. Contudo, até a década de 1980, a doação era remunerada, seja na instituição pública ou privada. Atualmente, a terapia transfusional brasileira, além de voluntária, é sem remuneração, conforme preconiza a constituição. Mesmo assim, o número de doadores está aquém do ideal porque há muita informação distorcida e pouca conscientização.     Com efeito, a porcentagem de pessoas que doam sangue no Brasil, que é de 1,8% da população, conforme assevera o Ministério da Saúde, está abaixo do que recomenda a Organização Mundial de Saúde (OMS), a qual sugere que de 3% a 5% da população seja doadora. Esse quadro provoca a baixa no estoque de sangue dos hospitais, o que resulta, por exemplo, na suspensão de cirurgias eletivas. Nessa situação, os médicos trabalham em estado crítico, tendo de escolher quem recebe primeiro o sangue doado.   Decerto, esses dados referentes à captação de doadores de sangue possui intrínseca relação com as informações truncadas que os indivíduos têm sobre a hemoterapia. Ainda hoje, muitas pessoas pensam que o ato de doar sangue é o meio de verificar a sorologia positiva, ou que o doador que doa uma vez terá de doar sempre, conforme ressalta o Hemorio. Ademais, a falta de conscientização, desde a educação básica, e perpassando pelas instituições sociais, coopera para manter a população longe desse ato.    Portanto, para desfazer os obstáculos à doação de sangue no Brasil, faz-se necessário que o Ministério da Saúde, em parceria com o Ministério da Educação, empreenda projetos educativos voltados para a reflexão crítica de estímulo à solidariedade e ao exercício da cidadania, aplicado à doação de sangue, de maneira que a população seja conscientizada, e conceitos equivocados sejam desmitificados, tanto na abordagem direta quanto nos grupos pequenos e entrega de folhetos, a fim de aumentar os doadores.