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Enviada em: 01/09/2018

De acordo com a BBC em 2013, o Brasil doa sangue proporcionalmente menos que outros países da América Latina. Tal problemática advém de diversas causas, dentre elas está a deficiente estrutura coletora e gerencial de doação de sangue, com destaque também a distância localizada, preferencialmente, em centros urbanos; e as normas mal elaboradas que tornam-se entraves para voluntários à doação. A ineficiência estatal, no que tange a formação da lei discriminatória e o corpo social exigir o exercício dos direitos civis são pontos nevrálgicos para a desconstrução de obstáculos na doação de sangue no Brasil.   A priori, de acordo com a teoria de Jeremy Bentham, o objetivo de atingir o bem maior é crucial para nortear as ações hodiernas. Tal princípio do filósofo londrino é violado por meio da ínfima operância governamental deficiente, que ao localizar os postos de coleta em centros urbanos e pôr nos estados poucas unidades do mesmo, visa somente a economia, reflete ainda, o descaso àqueles que necessitam da doação e amplifica a segregação socioespacial. Ademais, nos hospitais, os quais deveriam ter um aparato de qualidade para a comunicação entre o hemocentro e as unidades de saúde, não possuem um local específico em sua unidade para as coletas.    Outrossim, ao ser mobilizado por campanhas, o cidadão precisa ser enquadrado nos pré-requisitos para doação para evitar infecções ou imprevistos tanto ao que recebe, tanto ao que a realiza. No entanto, dentre as proibições  estipuladas, é perceptível um descuido preconceituoso por parte do Executivo ao proibir homossexuais de doarem sangue, se entre um período de um ano mantiverem relações sexuais. Sob esse viés, é ressuscitado um mito discriminatório, no qual DSTs acometem somente homossexuais, o que ofende a dignidade da pessoa humana.   Impende-se, portanto, diretrizes para atenuar tal contexto problemático. O Ministério da Saúde, em conjunto com a Organização Pan-Americana da Saúde, deveriam juntar ambas rendas suficientes à proporcionar unidades móveis em cada município do país, visando o aumento de coletas e proporcionando à todos a oportunidade de exercer a filantropia. Essas unidades seriam equipadas com profissionais de qualidade e com estruturas necessárias para a doação. O Poder Executivo teria que reaver a norma que exclui homossexuais de doarem, convocando o Legislativo e o Tribunal da Justiça a fim de escassear medidas discriminatórias que advém do próprio sistema organizacional. Assim, poder-se-á exercer o utilitarismo de Bentham através dos direitos do cidadão e tornar pragmático o progresso do Brasil