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Enviada em: 02/09/2018

Em seu livro, ‘’ Ética e Nicômaco’’, Aristóteles sustenta que os homens se tornam o que são pelos hábitos. No Brasil hodierno, entretanto, paradoxalmente ao cidadão aristotélico, carece hábitos cívicos de conscientização social no Brasil, como doações de sangue, em que apenas 2,4% da população brasileira doa regulamente, isto é, de 207,8 milhões de habitantes, apenas 4,3 milhões doam corriqueiramente. Tal fato ocorre devido não só à desregularidade de campanhas publicitárias frequentes, mas, também, negligência no incentivo desde os primeiros passos na formação social de alunos.        Numa primeira instância, é perceptível uma omissão na compreensão como cidadão e seus deveres em doações de sangue. Em tal contexto, de acordo com filósofo Levinas, o homem contemporâneo mantém sua relação com o próximo de forma egoísta e sem responsabilidade, preocupando-se apenas com seu ser. Posto isso, por conseguinte, uma má frequência em divulgações de campanhas de auxílio sanguíneo colabora para tal quadro, em que a falta de informações diárias sobre sua importância ameniza a necessidade dessa prática.      Ademais, é explícita a debilidade de incentivos desde princípios básicos escolares em visão da questão de ser doador. Nesse âmbito, com um carcomido sistema educacional fincado em bases voltadas para o meio de trabalho e sucesso social, a elementar formação de cidadão fragiliza-se, em que aspectos de alteridade e empatia não são priorizados, além da débil conscientização da riqueza de ações individuais em sociedade. Nesse viés, não obstante, matérias, projetos e atividades lúdicas sobre o auxílio de sangue em instituições escolares e empresas são mínimos no Brasil, fomentando o déficit de recursos nos hemocentros e hospitais em curto e longo prazo.       Dessarte, infere-se que hábitos cívicos importantes explícitos em um cidadão aristotélico não são evidentes no Brasil, necessitando ações mútuas entre órgãos. É mister, portanto, que o Ministério da Saúde, por meio de repasse do Governo Federal, crie campanhas aliado à ONGs em empresas e centros específicos nas cidades brasileiras sobre elementar prioridade de ser doador frequente, além de auxílio das redes midiáticas com ficções engajadas no fito de despertar o sentimento de catarse e empatia ao público, na finalidade de minimizar o individualismo e egoísmo hodierno. Além disso, buscando suporte alternativo à atuação dos Ministérios, instituições escolares devem incrementar discussões e debates sobre doação de sangue, com infográficos e trabalhos feitos por alunos e docentes, a fim de que seja comum essa prática e discurso, colaborando para formação de cidadãos críticos e hábeis dos deveres solidários em sociedade.