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Enviada em: 27/08/2018

De acordo com dados da Organização das Nações Unidas (ONU), o ideal é que no mínimo 3% da população de uma nação seja doadora de sangue. No Brasil, entretanto, esse número se mostra bem abaixo do esperado, com apenas 1,8% da população fazendo parte desse processo. Nesse contexto, convém analisarmos os obstáculos enfrentados para a doação de sangue no país.     Em primeiro plano, é observado que existe uma deficiência estrutural no armazenamento do sangue doado. Yêda Maia de Albuquerque do Hemope explica que muitos hospitais não possuem as "agências transfusionais" que têm como função armazenar sangue e seus derivados. Isso faz com que a bolsa de sangue, liberada pelo Hemocentro para ser utilizada no hospital, não tenha um lugar adequado para ser armazenada até o momento do seu uso, podendo haver desperdício. Infelizmente, esse cenário é comum e pode ser evidenciado, principalmente, na região nordeste do país. Por consequência disso, é possível coletar apenas a quantidade suficiente de sangue, tendo em vista que não existe uma grande quantidade de locais adequados para o armazenamento.     Além disso, nota-se que a maior parte das pessoas não possuem conhecimento sobre a doação de sangue. Segundo o filosofo Sócrates, os erros são consequências da ignorância humana, assim sendo, embora esse procedimento seja bastante seguro, muitas pessoas acreditam que podem contrair doenças infecciosas, engordar, entre outros. No entanto, essas informações são falsas e só evidenciam o desconhecimento do assunto pela população. Uma pesquisa realizada pelo Datafolha mostra que as pessoas com maior escolaridade representam grande parte da taxa de doação. Isso indica que a educação é essencial para esse assunto, já que através das instituições educacionais as pessoas podem ser informadas e conscientizadas sobre a importância da doação de sangue.      Urge, portanto, que medidas sejam tomadas para reduzir os obstáculos relacionados a doação de sangue. Cabe ao Ministério da Saúde, por meio de investimentos do Governo Federal, construir agências transfusionais nos hospitais que não possuem, para que o volume de sangue que pode ser armazenado aumente e o desperdício seja evitado. As Prefeituras Municipais, por sua vez, compete realizar debates públicos nos bairros das cidades, para que especialistas expliquem a toda população a importância da doação e como ela funciona. Dessa forma, o Brasil poderá alcançar a taxa ideal de doação de sangue.