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Enviada em: 02/11/2017

O preconceito e a discriminação aos homossexuais é recorrente e notado ao decorrer da história. Na 2ª Guerra Mundial, os nazistas exterminaram grupos minoritários. No Brasil não foi diferente, eles foram perseguidos e discriminados durante a Ditadura Militar. Na contemporaneidade, em decorrência de uma herança histórica e cultural, a doação de sangue encontra entraves por causa da restrição da doação de sangue por homossexuais, do estigma e da burocracia que envolve a temática.     O desfalque no estoque de sangue no Brasil se dá, em parte, pela proibição da doação de sangue por homens gays. Em 2013 foi criada, pelo Ministério da Saúde, a Portaria 2713, que impõe restrições à doação de sangue por esse grupo, que representa 10% da população masculina no país, de acordo com o IBGE. Em suma, essa Portaria é claramente discriminatória, apesar de ser baseada em uma recomendação da OMS e por ter sido criada com base em dados estatísticos e probabilidade em relação à maior incidência de  DST's nesse grupo. Ademais, o direito de igualdade, garantido pela Constituição, é ferido, uma vez que trata de forma desigual a questão da doação de sangue ao vetar a participação dos homossexuais nesse gesto tão nobre.      Destarte, menos de 2% da população brasileira é doadora de sangue, de acordo com dados do Ministério da Saúde, o que está aquém do desejável preconizado pela ONU. É provável que a burocracia seja um dos fatores que influenciam essa realidade, uma vez que há uma série de critérios a serem cumpridos para que a doação possa ser efetivada. Ademais, um estudo da OMS comprova que menos de 60% dos doadores brasileiros são voluntários, enquanto que países como Nicarágua e Cuba 100% dos doadores são voluntários. Corrobora-se, portanto, que existe uma falta de consciência da população, visto que a doação de sangue deve ser algo contínuo. Além disso, há um estigma por trás da doação de sangue, cercada de mitos e desinformação, que acarreta em baixa estocagem de sangue e, consequentemente, adiamento de cirurgias e transfusões, o que leva a um maior gasto público com a manutenção do paciente internado.      Em primeiro lugar, o Estado, por meio dos Ministério da Saúde e Educação devem inserir na cultura do brasileiro, desde pequeno, a necessidade e a importância de doar de sangue continuamente. Aliado à família, através da educação base, palestras, discussões e atividades em grupo devem ser proporcionadas na escola e em casa, para que se crie essa conscientização no brasileiro. Além disso, campanhas publicitárias devem ser feitas para informar a população sobre os benefícios da doação e  normas e proibições, como a Portaria 2713 devem ser discutidas e revistas em prol da atenuação dessa realidade.