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Enviada em: 02/11/2017

A transfusão sanguínea é um dos avanços da ciência contemporânea que possibilita salvar inúmeras vidas. Contudo, percebe-se o descompasso entre a modernização e a sociedade na medida em que a doação de sangue no Brasil está abaixo do percentual desejável, segundo o Ministério da Saúde. Em vista disso, essa realidade configura uma problemática cujos empecilhos envolvidos exigem uma discussão, seja perspectiva da falta de coletividade, seja pelo viés da falha educacional.        Em primeira instância, é importante salientar que se vive em uma sociedade historicamente marcada pela pluralidade no contexto nacional. Essa perspectiva diversa, entretanto, não é de todo positiva, tendo em vista a formação brasileira marcada pela separação étnica entre os povos constituintes do país. A partir disso, percebe-se que essa conjectura ainda influencia a população contemporânea que, sem possuir identificação mútua, devido a essa multiculturalidade; não realiza, consequentemente, ações altruístas de caráter coletivo, entre as quais destaca-se a doação de sangue. Pode-se exemplificar esse pensamento por meio da motivação de muitos doadores, os quais visam apenas a realização de exames gratuitos ou até mesmo a alimentação pré-coleta.          Outrossim, é válido ressaltar que a educação é falha em conscientizar os jovens a doar sangue, na medida em que, geralmente, restringe-se a discussão a aulas de biologia. Por conseguinte, não há um engajamento geral para, de fato, propiciar a sedimentação do hábito em pauta na ideologia cidadã. Assim, torna-se perceptível a comprovação do pensamento de Gilberto Freyre, que afirma a ineficiência do conhecimento sem um fim social, uma vez que a escola não realiza a abordagem eficiente da problemática. Logo, dificulta-se a ampliação do número de doadores no país.            Infere-se, portanto, que é necessário eliminar os empecilhos à doação de sangue. Inicialmente, é fundamental a atuação dos Hemocentros junto às Secretarias de Saúde promovendo a identificação entre doares e receptores, por intermédio de campanhas, em todos os veículos comunicativos, que divulguem a diversidade de pessoas que necessitam de auxílio, para que se desenvolva a união entre parcelas dos habitantes. Para mais, é essencial que a escola eduque os alunos para se tornarem doadores, por meio de jornadas anuais de doação para estudantes aptos a essa prática; além de palestras de mobilização local, com o fito de quebrar a passividade dos civis quanto à temática e disseminar a doação.