Materiais:
Enviada em: 22/01/2018

A doação de sangue é indubitavelmente um dos atos mais nobres de cidadania. No Brasil, no passado, era permitida a remuneração pelo sangue, o que criava um mercado pernicioso e arriscado para doares e receptores. Hoje, felizmente, a doação ocorre voluntariamente, o que causou uma melhoria na qualidade do sangue. O desafio agora é estimular mais pessoas a aderir a esse gesto.       O número de doares no Brasil ainda é insuficiente. De acordo com dados das Nações Unidas (ONU), cerca de 1,8% dos brasileiros doa sangue. Tal número é muito abaixo do recomendado, que deveria ser entre 3 a 5% da população. Isso pode ser explicado pela falta de esclarecimento de parcela importante da população e por regras historicamente impostas pelo Ministério da Saúde que limita o universo de doares possíveis, como é o caso dos homens homo e bissexuais.       Felizmente essa limitação teve um fim: em 2017, o Supremo Tribunal Federal (STF) julgou inconstitucional a regra que restringia a doação por essas pessoas. Agora, homens que fazem sexo com outros homens (HSH) estão sujeitos às mesmas regras que os heterossexuais. Assim, amplia-se o universo de possíveis doadores, considerando que há - de acordo com o IBGE - cerca de 10 milhões de homens homo ou bissexuais.       Apesar disso, é preciso que a informação chegue às pessoas. O Estado e as entidades do terceiro setor, por meio das mídias e dos agentes de saúde, devem propor doação de sangue como um ato cívico contínuo. Assim, a questão estará sempre presente na vida das pessoas e mais voluntários poderão exercer cidadania.