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Enviada em: 05/02/2018

Já dizia Albert Einstein: "É mais fácil desintegrar um átomo do que um preconceito." Diante desse pensamento, traça-se um paralelo com os obstáculos para a doação de sangue no Brasil. A diretriz que normatiza o público doador impede aos homossexuais de doarem livremente, induzindo a população à discriminação. Além disso, os horários e locais de atendimento dos hemocentros limitam a disponibilidade dos doadores. Para tanto, é necessário maior engajamento político e social para a resolução dessa problemática.     A doação de sangue no Brasil é discutida há muito tempo, mas foi com a dedicação do sociólogo Betinho que o país passou a regulamentar todo o processo de captação. No entanto, a normatização atual gera discriminação contra o homossexual, o qual não pode ter relação com outro homem no prazo de 12 meses antes da doação. Essa restrição vai de encontro aos princípios constitucionais igualitários, uma vez que o risco de transmissão de doenças é o mesmo para todos os grupos. Exemplo disso é o próprio Betinho, que ao contrário do que muitos pensavam, não era homossexual, porém sofria preconceitos como tal por ser portador do vírus HIV, contraído em uma transfusão sanguínea e não associado ao homossexualismo, como na maioria dos casos da época.      Como se não bastasse isso, outro grande obstáculo é o gerenciamento dos hemocentros do país. De acordo com a Organização Mundial da Saúde, apena 1,8% da população brasileira doa sangue e a meta é atingir 3%, porém a conquista desse patamar é árdua, ao passo que existem ainda poucos postos de coleta de sangue, além destes não oferecerem horários mais flexíveis como o noturno e finais de semana. Tais entraves dificultam a absorção de novos doadores, bem como a manutenção dos já existentes.      Diante do exposto, vê-se que a alternativa mais viável para a problemática em questão é desintegrar o preconceito. Destarte, cabe ao Ministério da Saúde desenvolver exames mais sofisticados que diagnostiquem doenças sanguíneas em um curto período de tempo, o que eliminará o prazo de contato sexual entre homossexuais, a fim de erradicar qualquer discriminação e obter mais segurança nas transfusões. Além disso, é imperativo que o Sistema Único de Saúde implemente mais postos de captação e amplie os horários de atendimento de forma a atrair novos doadores, o que possibilitará maior estoque de sangue nos hemocentros do Brasil. Dessa forma a doação de sangue no Brasil tornar-se-á igualitária e suficiente para a demanda do país.