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Enviada em: 18/02/2018

Diferente dos países europeus e asiáticos, o Brasil nunca passou por grandes períodos de guerra ou atrocidades de fenômenos naturais. Por essa razão, a população brasileira não tem o hábito cultural de doar sangue e termina por acreditar em mitos populares sobre tal assunto. Ligado a isso, o comportamento de risco dos homossexuais, segundo a comunidade científica, os impede, parcialmente, de contribuir e consequentemente a demanda não é suprida.       De acordo com a OMS, o percentual ideal da parcela de doadores de um país é 5%. Mas o Brasil conta com apenas 2%, o que evidencia a real necessidade e os obstáculos a serem ultrapassados. Têm-se, ainda, pessoas que não doam por falta de orientação correta, como quem pensa que o sangue afina após doar, ou que fumantes não o podem fazer. Há, também, aqueles que, sem a noção da real importância do ato, são antiéticos ao irem à unidade e se fingirem de doadores para saberem se  são soropositivos. Embora, felizmente, o Brasil tenha sido um país pacífico e felicito perante aos fenômenos da natureza, lamentavelmente isso o fez, em parte, indiferente sobre a questão.       Os mais beneficiados dos bancos de sangue são os pacientes de doenças crônicas, que precisam desse abastecimento contínuo. Mas as as restrições quanto aos gays, os quais não podem ter relações sexuais por doze meses antes da doação, dificulta o processo. Apesar da OMS afirmar que eles têm, até, vinte vezes mais chances de portar HIV, isso não significa que héteros não são incidentes. Dessa forma, mesmo sendo uma orientação com embasamento científico, deveria existir, pelo menos, a criação de um procedimento exclusivo para esse grupo..       Urge, portanto, o combate à desinformação e à quebra de tabus na sociedade. É premente que o Ministério da Saúde invista cada vez mais, por meio das mídias, na divulgação das campanhas fazendo um paralelo entre os benefícios, necessidade - pela ínfima quantidade de doadores - e mitos a respeito da doação. Também, a criação de triagens específicas para que doadores não heteronormativos sejam incluídos com o objetivo de mais pessoas serem ajudadas em detrimento do preconceito.