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Enviada em: 28/02/2018

Já dizia Albert Einstein: "É mais fácil desintegrar um átomo do que um preconceito." Diante desse pensamento, traça-se um paralelo com os obstáculos para a doação de sangue no Brasil. A diretriz que normatiza o público doador impede os homossexuais de doarem livremente, induzindo a população à discriminação. Além disso, os horários e os locais de atendimento dos homocentros limitam a disponibilidade dos doadores. Para tanto, é necessário maior engajamento político e social para a resolução dessa problemática.          A doação de sangue no Brasil é discutida há muito tempo, mas foi com a dedicação do sociólogo Betinho que o país passou a regulamentar todo o processo de captação. No entanto, a normatização atual gera discriminação contra o homossexual, o qual não pode manter relação com outro homem no prazo de doze meses antes da doação. Essa restrição vai de encontro aos princípios constitucionais igualitários, uma vez que o risco de transmissão de doenças é o mesmo para todos os grupos. Exemplo disso é o próprio Betinho que, ao contrário do que muitos pensavam, não era homossexual, porém sofria preconceitos como tal por ser portador do HIV, contraído em uma transfusão sanguínea e não associado ao homossexualismo, como na maioria dos casos da época.            Como se não bastasse isso, outro grande obstáculo é o gerenciamento dos hemocentros no país. De acordo com a Organização Mundial da Saúde, apenas 1,8% da população brasileira doa sangue e a meta é atingir 3%. Todavia, a conquista desse patamar é árdua, ao passo que existem ainda poucos postos de coleta de sangue, além desses não oferecerem horários mais flexíveis. Tais entraves dificultam a absorção de novo doares, bem como a manutenção dos já existentes.            Diante do exposto, vê-se que a alternativa mais viável para o problema em questão é desintegrar o preconceito. Destarte, cabe ao Ministério da Saúde, por meio de pesquisas científicas, desenvolver exames mais sofisticados que diagnostiquem doenças sanguíneas em um curto período de tempo, o que eliminará o prazo de contato sexual entre homossexuais, a fim de erradicar qualquer discriminação e obter mais segurança nas transfusões. Além disso, é imperativo que o Sistema Único de Saúde estruture mais postos de captação, por meio de incentivos financeiros governamentais, ampliando seus horários de atendimento com o objetivo de atrair novos doares, o que possibilitará maior estoque de sangue nos hemocentros do Brasil. Com isso, a captação sanguínea tornar-se-a igualitária e suficiente para a demanda do país.