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Enviada em: 09/03/2018

O sangue desenvolve funções vitais no organismo, como o transporte de gases, Oxigênio e Carbônico, e sua falta traz sempre a ideia de urgência. No entanto, não são raras as ocasiões nas quais os hemocentros falham em responder às necessidades do paciente em tempo hábil, devido à escassez de bolsas em seus estoques.   A taxa de doadores regulares mantida no Brasil, segundo o Ministério da Saúde, é cerca de 1,8% da população, enquanto a meta da Organização Mundial de Saúde é de 3%. O número nacional em questão é também reflexo do costume, presente em parte da sociedade, de aceitar informações sem buscar conhecer seus alicerces. Um exemplo é a crença de que a produção sanguínea pode aumentar com a frequência de retiradas, fato que é contestado segundo a biologia, visto que a quantidade que sai é totalmente reposta em 24 horas e o volume total permanece constante após esse período.   Ademais, os centros de coleta têm exigências que afastam determinados grupos de doadores, como ocorre na impossibilidade de doações advindas de homens homossexuais. Esse impedimento não tem justificativas científicas, haja visto que, além de todas a bolsas passarem por rigorosos testes laboratoriais que atestarão sua qualidade, a orientação sexual não é determinante para a presença de doenças, fato comprovado pelo Ministério da Saúde, segundo o qual, ocorre maior disseminação do vírus da AIDS entre pessoas heterossexuais, desde a década de 90, no Brasil.   Isso posto, fica clara a necessidade de atrair mais voluntários para os hemocentros. O que pode ser conseguido por meio de campanhas publicitárias, promovidas pelas Secretarias de Saúde de cada estado, em parceria com o Ministério responsável. As peças deveriam, então, acompanhar figuras públicas realizando a doação, para desmistificar possíveis medos do público. Não obstante, as instituições de atividades hemoterápicas devem atualizar seus regimentos internos, para que nenhum estrato social seja privado da oportunidade de salvar uma vida.