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Enviada em: 18/03/2018

Einstein, renomado físico alemão, defendia a ideia da relatividade do tempo. Ele conseguiu expressá-la bem por meio de cálculos, mas o sentido da expressão pode ser explicado também por quem já precisou de uma bolsa de sangue e teve que conseguir doadores por conta própria. A corrida por sangue pode fazer minutos parecerem horas e é agravada pela falta de doadores aliada às limitações impostas pelos hemocentros.         A taxa de doadores regulares mantida no Brasil, segundo o MS (Ministério da Saúde), é cerca de 1,8% da população, enquanto a meta da Organização Mundial de Saúde é de 3%. O número nacional em questão é também reflexo do costume, presente em parte da sociedade, de aceitar informações sem buscar conhecer seus alicerces. Um exemplo é a crença de que a produção sanguínea pode aumentar com a frequência de retiradas, fato que é contestado segundo a biologia, visto que, a quantidade que sai é totalmente reposta em 24h e o volume total permanece  constante após esse período.       Ademais, os centros de coleta têm exigências que afastam determinados grupos de doadores, como ocorre com homens homossexuais, que são impedidos de doar. Tal prática não tem justificativa científica, haja vista que, além de todas as amostras passarem por testes de adequação às normas, a orientação sexual não é fator determinante na presença de doenças, fato comprovado pelo MS, segundo o qual, ocorre maior disseminação do vírus HIV entre pessoas heterossexuais, desde a década de 90, no Brasil.          Isso posto, fica clara a necessidade de atrair mais voluntários para os hemocentros. É preciso que campanhas publicitárias sejam promovidas pelas secretarias de saúde de cada estado, em parceria com seu Ministério. As peças devem mostrar figuras públicas doadoras durante todo o processo de doação, para desmistificar os medos existentes. Não obstante, as instituições hemoterápicas devem atualizar seus regimentos internos, adotando políticas mais inclusivas, livres de qualquer preconceito.